terça-feira, 24 de novembro de 2009

Vida a Cesariana na Matola

Dizia o saudoso presidente Samora Machel e passamos a citar: Não o queremos exploradores em Moçambique, não ha lugar para exploradores aqui...Preto ou branco não pode explorar o povo. O dever de cada um de nós é dar tudo ao povo...Sermos últimos quando se trata de benefícios e primeiro quando se trata de
sacrifício... Isso é que é servir o povo, ouviram camaradas? Ouviram? Alguns já estão a organizar para compra de 10 tractores. Já exploram a zona onde irão produzir. Não é assim? Não há produção individual em Moçambique. Produção colectiva, para colectivamente matarmos a fome, matarmos a miséria no nosso país. Ouviram? Ouviram? Ouviram? Porque, estes individualistas são ao mesmo tempo instrumentos do imperialismo, não são eles? Onde vão encontrar o dinheiro? Vocês todos são pobres aqui, pobres todos aqui. Daqui a três anos nós vamos ver alguns a levantar edifícios de 15 andares. Onde arranjou o dinheiro? Hem? Não, é vocês aí! Vocês aí, e nós também aqui..
.(in http://vozdarevolucao.blogspot.com)

Para mim, Machel era um profeta, um líder visionário que dirigiu a pátria numa fase em que Moçambique renascia e por isso, todos sofriam a dor do parto de um novo estado, pátria de todos. A ideia de bem comum tinha outro significado. As lideranças tinham outro tipo de carisma. Com o tempo e acompanhando a conjuntura, as coisas mudaram, eis a realidade que se vive hoje. Muito aprendemos durante este tempo todo e o pensamento e profecia samoriana hoje em dia escorrem no nosso cotediano. Sim hoje dar tudo ao povo parece um favor que os dirigentes fazem, por isso continua um caus andar em muitas estradas do Município da Matola, e depois das chuvas são reclamações em todos sentidos.

Será que os munícipes são apóstolos da desgraça, ou vitimados pelo mau serviço da edilidade não conseguem mais se conter? Estamos ainda a estudar e avaliar os cenários para agir, tem sido a resposta ao desespero dos munícipes. Este argumento é típico de quem não sabe nem sequer copiar. Onde está a mudança na continuidade ? Daqui a uma semana estamos no mês de Dezembro e que tal a promessa da estrada Zona Verde – Khongolote? Foi o pacato cidadão que prometeu ou que foi prometido? O cidadão tem ou não dever e direito de cobrar? Se estas questões não fazem sentido, continuem com a caça as bruxas e tentativa homicídio da Alegoria da Caverna.

A cidade continua parada, isto teoricamente é falso mas se visitarmos a prática veremos que Guebuza está a ser contrariado na Matola, isto é, enquanto o chefe do estado sugere, afirma e aconselha que este não é tempo para andar mas sim para correr, a edilidade na Matola contraria a todo custo esta filosofia.

A grande pergunta é: porque é que existe esta abordagem obscura, estagnada sobre a gestão e governação da cidade? Muitos foram a banca pedir valores monetários para erguerem suas casas, mas o dinheiro poderá ter outro rumo porque o que foi iniciado pelos camaradas no mandato passado na Matola, não funciona na óptica de Arão Nhancale, estava tudo errado por isso deve ser alterado. Será impossível parcelar a Matola a não ser que a força municipal e talvez a PRM sejam chamados para o trabalho no terreno. As comunidades estão a construir casas nas antigas machambas e não vão abrir mão para parcelamento, isto porque há um medo enorme de se perder as propriedades a favor da nova geração de açambarcadores. As projectadas ruas, irão dar lugar aos becos.

Foi reposta uma pedra muito grande no pelouro da terra e urbanização, esta pedra conhece a Matola como a palma da sua mão e ao lado do súper vereador, poderá materializar a profecia samoriana: Alguns já estão a organizar para compra de 10 tractores. Já exploram a zona onde irão produzir...individualistas são ao mesmo tempo instrumentos do imperialismo, não são eles? Onde vão encontrar o dinheiro? Vocês todos são pobres aqui, pobres todos aqui. Daqui a três anos nós vamos ver alguns a levantar edifícios de 15 andares. Onde arranjou o dinheiro?

Depois das regalias para os vereadores e membros da Assembleia Municipal, eis que um paninho quente chega a massa laboral, agora os trabalhadores podem se endividar num dos bancos comerciais da praça, existe uma luz verde para o efeito. Voltando para a nossa citação veremos que Samora Machel estava errado na óptica de Arão Nhancale, pois enquanto o primeiro dizia que os dirigentes deviam ser os primeiros no sacrifício e os últimos no benefício, ao segundo convém que os dirigentes sejam os primeiros a tomar o pequeno almoço, o povo pode comer mangas, que são tantas na Matola.

De facto depois de cinco anos de martírio, vida a cesariana, os matolenses em uníssono poderão ecoar a voz de Samora Machel e os dizeres acima citados. E ai iremos entrar na lógica do arrependimento para terminar a novela. Não será o Mito a dar a outra face da história pois não é sua vocação, vocês devem dar a cara e responderem com clareza e trabalho os desafios do voto que lhes foi depositado, não para acumularem riquezas e regalias mas para servirem os interesses da maioria, do povo, em quem sempre se baseou a ideologia da Frelimo. A não ser que sejam vocês uma vaga de infiltrados e gananciosos, com agendas obscuras e apátrias.

4 comentários:

Noa Inácio disse...

Bamo,

Mais uma vez, ao lado da minha casa fica ACIPOL, tem um PTP, a menos de dois metros da minha casa, mas nao tenho energia. A lava roupa da ACIPOL fica a metro e meio da minha casa, mas nao tenho agua canalizada.

Mano Bamo,

O que esta faltar para que possamos encontrar mecanismos de se verem resolvidos os problemas da nossa Matola, aparentemente se parecem facilmente soluveis, estou a transportar isso para outro forum para que o debate seja em tempo real.

Lázaro M.J.D.M Bamo disse...

Noa

Não existe nos dirigentes da autarquia nenhum interesse em resolver os problemas e aliado a isto e em troca de favores, etc, os mídias vão cedendo em beneficio dos cobardes que lá se encontram.

Eu acho que devemos intensificar o debate aqui na blogosfera, chamar os tipos à razao.

Basilio Muhate disse...

Bamo

Estive na Matola no sábado num casório, e depois foi a sessão de fotografias ali no Jardim Municipal, notei mudanças, um jardim bonito, mas também que não está acabado, há uma mata ali dentro. Será que ainda está em obras ou o projecto não incluia aquela pequena mata?

outro ponto que reparei foi o semáforo das bombas da BP (madruga ou madrugas) que não estava em funcionamento e houve um pequeno acidente. Não sei se era por falta de energia ou simplesmente não funciona o semáforo.

Lázaro M.J.D.M Bamo disse...

Basilio

na Matola não há semaforos, aqueles que viste são os únicos ( nao falemos dos semaforos colocados ao longo da N4) ali há sempre acidentes.

O parque Municiapl esta mudado, já da para estar, mas o projecto não está ainda concluido mas está em boas maos ( sector privado)