terça-feira, 22 de novembro de 2011

MIA COUTO MIA EM PORTUGAL

Numa entrevista publicada recentemente em terras lusas, onde o nosso admirado e reputado escritor Mia Couto se deslocou para receber mais um prémio de tantos que já ganhou, o escritor instiga violência e desordem. A ida do Mia a Portugal não podia passar despercebida da imprensa lusa, e também não podia escapar às entrevistas além do prémio. Aqui começa o miar do Mia.





A entrevista ao jornal Sol, tem como ângulo de abordagem a crise económica mundial e os movimentos de contestação que se verificam um pouco por todo mundo, é aqui onde o escritor surpreende pela negativa quando diz «é preciso sair à rua, é preciso revoltarmo-nos, é precisa esta insubordinação». A minha pergunta é, terá o escritor medido a dimensão dos seus pronunciamentos? O disse mesmo isso e o significado é mesmo esse? Mia vamos sair a rua para nos revoltarmos? É isso que queria dizer? Temos que ser insubordinados? É isso que queria dizer? Mia Couto antes de miar dessa forma, acho que devia ter avançado uma solução ou opinião como intelectual, procurando mostrar a outra face da moeda. É tarefa de qualquer intelectual tomar posições, quanto a mim que não

estimulem violência, desordem social, etc.





Mia Couto ainda que filho de descendentes portugueses que emigraram para Moçambique em meados do século XX, defendeu a lutou pela independência nacional tendo por via disso ajudado a implantar alguns valores, que quanto a mim se o convenceram, não os devia abandonar: não à violência, a insubordinação e revolta. É que ao aparecer a defender revolta e insubordinação, Mia Couto passa imagem de quem construiu um palácio com tanto sacrifício mas do nada, decide destruir a sua obra de sonhos. Mia, ajudou a formar o homem novo, como jornalista e escritor, ajudou a criar esta identidade do Moçambicano e se há falhas estas falhas não podem ser apenas do presente, seria necessário recuar

ao passado, aliás, diz um velho ditado popular que “ Se queres prever o futuro, estuda o passado”.



Mia a insubordinação e a revolta, irão queimar seus livros; irão matar seus leitores; irão bloquear todo e qualquer esforço para fazer estudos (que até agora faz) sobre as zonas costeiras; irão matar este homem que o Mia tanto contribuiu para sua formação, seja ele deficiente ou não de ponto de vista epistemológico; irão acabar com as suas aulas de ecologia na universidade, enfim irão acabar com tudo. Falo de si como podia falar de tantos outros obreiros desta pátria de todos nós.



Mia esperava do seu miar uma solução, mas me parece que ao invés de iluminar o povo parece querer perdê-lo no mato quando diz “ só há que saudar gente que faça coisas e não cruze os braços, mesmo que não ainda compreenda exactamente qual é a saída pelo menos vem dizer que não aceita o que está a acontecer, e isso é importantíssimo”. Mia a nossa luta, a nossa revolta e nossa insubordinação tinha uma CAUSA, tinha termos de referência claros e acredito que se alguém lhe tivesse dito as palavras acima no tempo da luta, não teria aceite juntar-se ao movimento, por isso acho caricato que um intelectual do seu calibre avance posições sem sustentá-las. Podia citar aqui Robert J.Hastings, que diz “ Se não estivermos dispostos a ajudar uma pessoa a vencer as suas falhas, há pouco valor em apontá-las”, para dizer que Mia o seu miar de nada ajuda se simplesmente aponta falhas sem avançar a solução.



Diz o Mia que quando se juntou à revolução, o lema era que o militante da Frelimo era o primeiro no sacrifício e o último no benefício, e acha que isso morreu para a Frelimo, morreu no mundo hoje. A minha pergunta é porque morreu? O Mia faz parte desta ordem, do passado a que se refere ao presente que rejeita e dele se distancia. Mia, dizia e muito bem Ghandi que, “ Nunca perca a fé na humanidade, pois ela é como um oceano. Só porque existem algumas gotas de água suja nele, não quer dizer que ele esteja sujo por completo”. E para um bom entendor meia palavra basta, e digo mais citando agora Josemaría Escrivã “Não admitas um mau pensamento acerca de ninguém, mesmo que as palavras ou obras do interessado dêem motivo para assim julgares razoavelmente”.



Vamos sim pressionar os nossos governos a adoptar novas formas de sociabilidade humana, novas formas de distribuição da riqueza (espero que o Mia esteja disposto a partilhar com o povo também), mas isso deve ser feito com base nalguns valores altos da Frelimo e do povo, a reconciliação e o diálogo. Eu não tenho medo da mudança, não apoio as desigualdades sociais mas também não acho que a insubordinação e a revolta sejam a solução.





Nós não somos um povo chantagista do tipo quem não mia não come mas sim um povo trabalhador e batalhador, que já sofreu muito e agora que está a erguer-se não estará disposto a abdicar do seu trabalho e das suas famílias para se insubordinar e revoltar-se mesmo sem saber qual é a saída. É que aprendemos de Charlie Chaplin que “ Para poder rir verdadeiramente devemos estar disponíveis para apanhar a nossa dor e brincar com ela”, e para isso usamos os nossos métodos e o maior é o diálogo. Se Mia fosse miar para as bandas da Moamba, iria aprender em Changalane que até homem traído, é chamado pelos madodas para dialogar com o amante da sua mulher, sacrifica um animal e é acordado que nada de mal pode acontecer ao amante sob pena dele, o corno, ser imputado as culpas (acho que daria um bom livro e um grande prémio).





Mia, o povo não precisa do miar de nenhum intelectual para sair a rua e manifestar, bem como para recolher as suas casas. As pessoas podem se manifestar e se manifestam (ex-trabalhadores da antiga RDA); as pessoas reivindicam os seus direitos e o governo deve fazer o seu papel que é dar a mão a palmatória e recuar, como o fez em Setembro; mas este movimento não tem comandante se quisermos vê-lo como manifestação de pessoas que não querem poder político, mas sim melhoria nas suas vidas. Quando começa a haver comandantes e líderes, começam também a surgir interesses individuais e por via disso já não é o povo que luta mas algumas pessoas que usando a capa do povo querem tomar o

poder.

Quando a revolta e a insubordinação começarem a se materializar os intelectuais, mesmo os que miam pela diáspora, não estarão aqui! Irão continuar a instigar violência a partir do outro lado do hemisfério e chegarão aqui como os iluminados, para implantar a nova ordem. Mia apesar de ter miado em Portugal, não irá revoltar-se contra nada muito menos se insubordinar. A pergunta é, porquê?



PS: Aquele que suspeita está a pedir que o atraiçoem.

Abraços da pêrola que te viu nascer

Lázaro Bamo



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OS MÁRTIRES DO NADA E OS HERÓIS DO HIPERURÂNEO

Aprendemos a voar como os pássaros,
A nadar como os peixes;
Mas não aprendemos a simples arte
De vivermos juntos como irmãos
(M. Luther King)

A minha convivência com muitos, independente da sua cor, religião, filiação político-partidária, é influenciada pelo facto de que esta diferença ser uma oportunidade para minha maturidade e crescimento. É por esta razão que os tolero, é por esta razão que os acolho e os acarinho. Esperava que nossas diferenças não fossem motivos para não-convivência, porém a cada dia que passa sinto que cresce em nós homens desta terra e outras, aquilo que dizemos combater, intolerância, falta de diálogo, desvalorização do outro e seus pensamentos, entre outras coisas, tendo como base o acesso ao poder.

Entendo e percebo que a vida e o tempo encarregam-se de fazer heróis e mártires para cada conjuntura, porém há um valor que se está a perder, que tem haver com a heroicidade como mérito proclamado pelos outros e não uma auto-proclamação e/ou insinuação de se estar correcto e por via disso, mártir ou herói. Não tarda que as pessoas apareçam a degolar-se umas as outras usando seus poderes materiais e sobrenaturais para se fazerem heróis.

Se esta atitude e postura continuarem estaremos a instituir ou a criar uma incubadora para o nascimento dos Mártires do Nada, aqueles que acho que não tem causas em suas lutas e batalhas senão a sua sobrevivência; aqueles que único motivo que os leva a estarem contra os sistemas e os governos do dia, é o acesso aos recursos e a riqueza; ser intolerante para com o governo dia somente para ter estatuto; degolar a personalidade das pessoas só para se afirmar que é o melhor; pisar os valores da convivência com os homens só para ser visto como o Herói do Hiperurâneo.
Há muitos riscos de instituir um poder num país com base na força, é que os heróis de hoje podem ser os diabos de amanha e assim sucessivamente. Há um abandono ao diálogo baseado no preconceito da diferença e desvalorização do outro enquanto ser diferente de nós. É que a lição vai passado, e nós iremos precisar deste valor que se chama diálogo quando chegarmos lá, quando estivermos lá (perguntem ao Paulo Portas), porém não quero com isso defender regimes totalitaristas e eternos no poder. Acho que devemos imprimir mudanças porém isto passa pela preparação de quem irá ser rei quando o rei for destituído do poder e se o sucessor não será mesma coisa ou pior que o rei; bom teríamos que experimentar para ter uma conclusão; porém pergunto: queremos experimentar e a quem vamos experimentar. Nunca pode ser o motivo da substituição de qualquer pessoa ou regime, o tempo que este tiver no poder, mas o seu nível de gestão e o desempenho deste no seu posto. Sim existem imperfeições e devem ser corrigidas, mas como devem ser corrigidas? Ninguém pensa no COMO, e as pessoas escondem sempre o como, pois interessadas pelo poder sabem que só querem ter acesso ao que seus adversários políticos tem. Citando Confúcio, gostaria de lembrar que, “Quem quiser governar bem um país, deve primeiro governar a sua cidade. Quem quiser governar bem a sua cidade, deve aprender a governar primeiro a sua família; e quem quiser governar bem a sua família deve aprender primeiro a governar bem a si próprio”.
Os mártires do nada e os heróis do hiperurâneo usam a mesma táctica que dizem ser do seu inimigo, e culpam sempre os outros pelos seus fracassos. Da mesma forma que acusam este ou aquele de nepotismo e amiguismo, eles serão julgados e condenados por ter esta postura no futuro; eles hoje estão unidos pela não-Causa (considero não-Causa a falta/ausência desta ou a não definição clara desta) e já existe entre eles aquele que será venerado como o clarividente, já existem entre eles os ministros, governadores, até secretárias; já existe uma ideia de como serão suas casas e seus carros; de como será a educação dos seus filhos; que carro para suas esposas; que casas para suas amantes; que terra para privatizar; quem será PCA daqui e dali; qual será a nova constituição; isto tudo para excluir as pessoas tendo em conta as necessidades e desejos do novo grupo, da nova elite; e porque esta elite terá chegado ao poder à força vai tratar de fechar todas vias que terá usado para chegar ao poder para que seu regime não seja ameaçado; terá também que investir muito na segurança e nos seguranças, para que seu regime não seja ameaçado. Depois terão que pagar aos seus aliados, entregando parte da nossa terra e seus recursos.

Será que vale a pena? Sim tudo vale a pena quando a alma não é pequena, precisamos de ousadia para que haja mudanças e o poder também conquista-se, como conquistou Paulo Portas em Portugal; conquista-se como Lula da Silva conquistou no Brasil; conquista como Nelson Mandela na RSA; conquista-se como Guebuza conquistou em Moçambique, porém regimes que violaram os direitos humanos para chegar ao poder acabam caindo na desgraça como aquela dos malogrados Nino Vieira e Muamar Kadaffi, só para citar alguns exemplos.

É preciso saber que mesmo com a limitação nas liberdades fundamentais do homem, Samora Machel, conseguiu criar homem novo e hoje ele é exaltado como o ícone da Primeira República se quisermos parafrasear o grande Filósofo Severino Ngoenha. Quer isto dizer que ninguém pode falar em nome do povo sem mandato para o efeito, sob risco de ser considerado boateiro, pois virou moda, qualquer um aparecer e dizer o Povo, o Povo. Quem exalta Samora é o povo, que anda no chapa e bebe nos famosos senta baixo. Já devíamos ter aprendido que ninguém manda muito menos manipula o povo. Guebuza tem mandato para falar de quem o delegou competências para o efeito, neste caso o povo moçambicano, sem querer dizer que não podemos analisar o país e dai tirar nossas ilações, mas quando o povo estiver cansado até muitos que falam em nome deste irão fugir do país, tenho certeza.

Uma ordem de sucessão no poder baseado na força tem impactos negativos e se hoje os nossos países investem na segurança é por uma questão de maturidade, aliás a wikileaks veio a provar o quanto a questão de segurança é importante para qualquer país do mundo e pior quando se fala de países desenvolvidos, e aqui há muito investimento para que os países e os regimes se mantenham, e isto será assim para sempre por motivos óbvios.

A nossa causa só poderá ter virtude se ela responder as perguntas: O que? Porque? Como? Caso contrário melhor é poupar-nos. Aventurem sozinhos mártires do nada e heróis do hiperurâneo.

Lazaro Bamo
Nampula – Ribáue

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Paradoxos da política externa norte americana: um apelo ao meu país


Dizia uma pessoa muito especial para mim, e que tem me ajudado a crescer que, chegar ao poder com ajuda e intervenção directa dos países poderosos é muito perigoso, a cada dia este postulado ganha, quanto a mim, corpo e forma na medida é que reflecte aquilo que temos estado a viver hoje.

A ordem política mundial atravessa mais uma crise, depois de tantas que se passaram, as guerras hoje tem motivações diversas e muitas das vezes paradoxais. Vivemos num contexto em que os países africanos continuam a ser tratados como analfabetos do ponto de vista de governação, dai a importação e imposição constante e permanente de modelos de gestão e política, muita das vezes trazidos para aqui para meros ensaios. Infelizmente o ocidente ainda não nos encara como parceiros mas sim como mendigos, mesmo sabendo o papel que a África joga na economia mundial.

Moçambique não tem relações de amor e paixão com a Líbia por este ter sempre nos ter considerado “comunistas”, mesmo depois da visita do líder líbio a alguns anos atrás, não podemos dizer que éramos bons irmão, exemplo disso é que não comungávamos as mesmas ideias no que a União Africana diz respeito. O líder líbio, Muammar Gaddafi, queria uma África independente, uma independência total do continente, que tem recursos para isso e já era sem tempo de serem os próprios africanos a definir seu futuro, suas politicas, entre outros aspectos que conferissem soberania total e completa ao continente e aos seus povos. E quem estaria interessado numa África independente em todos segmentos da vida, a não ser a própria África e os africanos?

O líder líbio, seu povo e seu país ficaram isolados e foram sancionados durante muito tempo, no meio destas sanções todas, o país conseguiu criar uma robustez económica invejável o que pode, quanto a mim, ter influenciado a nova postura do ocidente em relação à aquele país. Se analisarmos a lógica das relações da Líbia com o Ocidente podemos encontrar o seguinte: inimigos anteontem – amigos ontem e inimigos hoje, dai um aviso à navegação dos grandes bradas hoje em cavaqueira com Ocidente.

Uma busca rápida sobre a cronologia das intervenções militares dos Estados Unidos de América, poderia nos elucidar sobre a lógica do postulado, inimigos anteontem – amigos ontem e inimigos hoje, senão vejamos: Entre 1801-1805, houve a Primeira Guerra Berbere ou Guerra de Tripoli, na qual cerca de uma dezena de americanos empregou 500 mercenários gregos, árabes e berberes, portanto começo a acreditar na visão de Gaddafi de que estão neste grupo mercenários contratados para esta missão; em 1981, mais concretamente a 19 de Agosto, houve o Primeiro Incidente sobre o Golfo de Sidra, onde aviões norte-americanos abateram dois aviões líbios sobre o Golfo de Sidra, que é reclamado pela Líbia como águas territoriais, mas considerado como águas internacionais pelos EUA; já em 1986, houve o Segundo Incidente sobre o Golfo de Sidra, onde o Presidente Reagan relatou que entre 24 e 25 de março, unidades militares norte-americanas foram atacadas por mísseis líbios e os EUA responderam atacando posições líbias com mísseis; no mesmo ano houve a Operação El Dorado Canyon a 16 de abril, onde o Presidente Reagan informou que fora realizado um bombardeamento aeronaval contra instalações militares em Trípoli, alegando que Muammar Gaddafi fora responsável por um atentado a bomba numa discoteca alemã que matou dois soldados norte-americanos.
Esta cronologia disponível na internet, elucida-nos sobre os conflitos hoje na Líbia, que quanto a mim ultrapassam a falta de liberdades fundamentais na era Gaddafi.
Em 2008, a então secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, depois de uma visita aos países de norte de África incluindo Líbia, disse que as relações entre os dois países conheceriam a partir dali outra fase, fazendo crer a opinião pública mundial que seriam boas relações. Isso passou por uma maquilhagem politica à aquele país a nível mundial e o líder líbio foi seduzido e atraído pela Rice ao ponto de declarar o abandono a seu programa nuclear e assinou contratos milionários com muitas empresas do Ocidente para exploração petrolífera. Já estava dado mais um passo para levar o líder ao covil de víboras. Se Gaddafi tivesse sido mais cauteloso não teria caído nesta isca da água salgada que vira refrigerante num abrir e fechar dos olhos. Estava em preparação a sua tumba.

Com um novo look, o estojo de maquilhagem de Gaddafi incluía um batom político defensivo contra manifestações dado pelo então primeiro-ministro britânico Tony Blair, que vendeu a aquele país gás lacrimogéneo, armas de “controle de multidões”, fuzis e metralhadoras. Foram estas mesmas armas que serviram de alguns dos argumentos para a intervenção da NATO naquele país. Hoje em dia, é questionada a questão do respeito pelos direitos humanos e democracia naquele país, depois de acordos chorudos com empresas ocidentais que já tem legitimidade para exploração de recursos daquele país, contraria-se a famosa evolução que os americanos chegaram a firmar que se estava registar na líbia e não falando da democracia que eles admitiram ser algo delicado.


Com tudo nas mãos e com certeza de que já podem tomar aquele país, eis que os antigos inimigos, ontem amigos hoje viram inimigos de Gaddafi que é declarado criminoso, de figura nobre a nível mundial hoje não passa de um rato que está a ser procurado pelos gatos mais bravos do mundo chegando a dar milhões de dólares em troca da sua cabeça; hoje em dia um gestor de um país isolado durante anos, que conseguiu criar uma robustez económica invejável, é visto como lacaio e deve ser morto e punido; hoje em dia, ele se torna mais um cliente no ridículo tribunal penal internacional, que sendo minúsculo prefiro assim escrever, onde só e somente só se julgam africanos e todos povos fora da Europa e dos Estados Unidos de América, porque uma vez abençoados pelas virtudes estes povos, são justos e honestos e vivem no hiperurâneo.

Hoje em dia fala-se de um problema quanto a mim, não concreto, que aliás acaba sufocando todos valores invejáveis da líbia na era Gaddafi como: Maior Índice de Desenvolvimento Humano da África; Ensino gratuito até a Universidade; 10% dos alunos universitários estudam na Europa, EUA, tudo pago; Ao casar, o casal recebe apoio monetário para adquirir seus bens; Sistema médico gratuito; Empréstimos pelo banco estatal sem juros; entre outros, segundo dados disponibilizados pelo www.globalresearch.ca.

A destruição da Líbia coloca-nos numa situação paradoxal sobre o futuro que se reserva a este país e seu povo e os receios de uma nova Somália, um quase estado, são maiores em relação a aquilo que o CNT diz estar a lutar para defender. Qual é a causa do CNT? Um movimento que segundo analistas não tem coesão?

Hoje Abdel Hakim Belhaj, comandante das forças rebeldes líbias, exige um pedido de desculpas formal dos Estados Unidos e Reino Unido pela sua transferência, em 2004, para a Líbia, onde acabou torturado pelo regime de Muammar Kadhafi. Belhaj diz que naquela altura – onde era apontado como suspeito de terrorismo – foi capturado juntamente com a sua mulher e filhos «numa operação ilegal» em Banguecoque, na qual participara a CIA e o MI6, e enviado para uma prisão de Tripoli.

A BBC cita Belhaj a dizer «Aquilo que me aconteceu e à minha família foi ilegal. E merece um pedido de desculpas. Por tudo o que me aconteceu quando fui capturado e torturado. Por todas estas acções ilegais, a começar pela informação que foi dada às forças de segurança líbias e o interrogatório que me fizeram em Banguecoque». Belhaj negou que a tortura tivesse ocorrido na presença de agentes norte-americanos ou britânicos, mas sublinha que aqueles países tinham noção do perigo que constituía a sua ida para a Líbia.

Este é um caso de um inimigo que hoje virou amigo, e amanhã pode tentar ajustar contas com todos aqueles que o fizeram mal incluindo os seus actuais patrões, EUA e Inglaterra. Mais tarde ou mais cedo, se a cooperação dele com os seus novos patrões não for boa, ele poderá ser perseguido como está a ser Gaddafi.

Este conjunto de factos leva-me a recear a intenção do apoio dos norte americanos, que não chamaria de cooperação porque os TORs da nossa relação não são claros quanto a mim, e não são nenhuma garantia segura para o nosso futuro, como a relação deles com a Líbia.

Apelo ao meu país: é preciso avançar com cautela nas relações deste antigo inimigo nosso, pois enquanto defendíamos o sistema socialista eles navegavam e advogavam o capitalismo e por via disso nos tornamos inimigos. Hoje há petróleo e outros recursos que interessam ao Ocidente no nosso país, e todos deambulam na pérola do Índico e vão conseguindo licenças de exploração e parecemos amigos, amanhã que seremos, se analisarmos a abordagem das relações com a Líbia, arrisco-me a dizer que o nosso país deve ter retaguarda segura e preservar amizades e alianças seguras.

Não acredito que nós poderemos impor ao Ocidente as regras de acesso aos nossos recursos sem entrar em rota de colisão por motivos óbvios. Todo aquele que não for ideal para o ocidente terá pouco tempo de vida como dirigente. Estas guerras e manifestações não tem nada a ver quanto a mim, com democracia, liberdades fundamentais, direitos humanos etc, mas sim com o acesso aos recursos e por via disso o poder. Se é pelos direitos humanos que a NATO intervêm, porque matam inocentes. Bin Laden tinha direito a vida como ser humano mas foi morto, e se fosse cidadão norte americano teria sido motivo de ataque ao agressor; Bin Laden não teve oportunidade para se defender num tribunal, foi executado pelos americanos; um dos filhos de Gaddafi, por sinal um civil, foi morto juntamente com crianças pela mesma NATO que disse que estava na Líbia para garantir que os civis não fossem mortos.

A Somália é um quase estado e a NATO está calada nada faz para repor a tal ordem publica nacional que tanto defende, pois sabem os poderosos que lá não teriam petróleo como podem ter na Líbia. Afinal que direitos e liberdades defendem?

Apelo ao meu país e meus irmão moçambicanos que analisem bem a conjuntura mundial, regressando ao passado para perceber o presente e perspectivar o futuro, pois o ciclo de vida não pode ser analisados única e exclusivamente a partir do presente para o futuro, não podemos ser injustos com os factos e a história. Temos que lembrar que as nossas estratégias foram estrupadas pelos programas internacionais que ao invés de potenciar a produção agrícola nacional preferiram sempre doar a população carenciada o milho amarelo vindo do paraíso norte-americano em detrimento da produção nacional. Porque o PMA por exemplo não ajuda a criar condições para produção de comida e restringe-se a importar a comida que distribui? Porque é que o milho vem de fora alegadamente porque o nosso não tem qualidade? O que já fizeram para que tivesse qualidade? Será que estão interessados que o povo resolva os seus problemas? Ou querem nos afundar neste ciclo de dependência?

Aqueles movimentos que tem apoio destes países como CNT, devem estar cientes de que da mesma forma como foram levados ao poder poderão da mesma forma serem tirados do poder, caso sejam amanha considerados ingratos. Perguntem ao Saddam Hussein, ao Bin Laden ao próprio Gaddafi e outros regimes que serviram o Ocidente e depois foram atirados aos bichos. Vejam os países onde houve intervenção da NATO, tenho certeza que os cidadãos daqueles países preferiam viver com os seu líderes que viver na incerteza de ver o sol do dia seguinte porque uma bala qualquer o pode atingir. No meio disto tudo, nenhum poço é arrebentado, nenhuma refinaria de petróleo é destruída pois são estas as medalhas para o Ocidente enquanto os nossos “revolucionários” se contentam com o poder formal e nada de material.

Os países africanos e os africanos devem ser mais sérios e melhorar a condição de vida, mas estas reformas não podem ter mão do Ocidente, porque este sempre teve interesse claro no nosso continente, recursos. Se querem provar a nossa “amizade” com os americanos por exemplos, experimentem dar uma bofetada a um cidadão daquele país, além de constar de relatórios de direitos humanos como nobres violadores de integridades física podem até parar no campo de reeducação ou concentração de Guantánamo. Só para dar alguns exemplos, em 1840 - Ilhas Fiji - Em Julho marines desembarcaram para punir nativos que atacaram americanos que faziam levantamento topográfico; em 1841 - Kiribati - Ilha McKean (Ilha Drummond/Taputenea) e Ilhas Gilberto (Grupo Kingsmill), Oceano Pacífico, marines desembarcaram para punir nativos pelo assassinato de um marinheiro norte americano.
Sim à revolução mas deve ter TORs claros e se for para satisfazer os nossos anseios pelo poder político e por via deste o económico, poupemos o povo.
PS: quem já esteve, está ou sonha em estar na mesma pose que Gaddafi na foto acima e com esses homens deve começar a pensar no seu futuro.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Gustavo Mavie responde ao Publico

Exmos.
Senhores Rui de Carvalho e Miguel Munguambe,
Director e Chefe da Redaccao do O Publico
Maputo
Exmos senhores,

Valendo-me do plasmado na Lei da Imprensa, eu Gustavo Mavie, Director-Geral da AIM, venho mui respeitosamente atraves desta via, exigir que publiquem na vossa proxima edicao, esta minha resposta que agora vos envio em anexo, em que refuto as graves acusacoes difamatorias que me fazem no vosso artigo com que abriram a primeira pagina do vossa semanario, na sua edicao de 23 de Maio corrente, com o titulo Mavie escangalha AIM, solicitando que a deem a mesma dimensao que deram a esse vosso artigo, ao mesmo tempo que me reservo o direito de vos levar ao tribunal, porque tudo o que dizem nela e' falso e baseia-se em fontes anonimas, dai que responsabilizo-vos de toda essa difamacao de que destruiram a minha reputacao e bom nome.
Sem mais, subscrevo-me.
Gustavo Mavie, jornalista e Director-Geral da AIM





RUI DE CARVALHO FUNDOU O O PÚBLICO PARA ESTORQUIR DINHEIRO



Por Gustavo Mavie





Quando ainda estava em Londres como correspondente da AIM, vim a Moçambique de férias em Dezembro de 2000, e por razões que se prendiam então com as minhas funções, levaram-me a estar por cerca de dois meses antes de regressar.

Longe de imaginar, eis que numa certa manhã, o colega do sector informáticfo aqui na sede da AIM, Penoca Xerinda, telefona-me para me dizer que havia uma notícia no MEDIAFAX, em que se dizia que eu não estava a voltar a Londres, porque estava a dever rendas da casa em que lá vivia. Espantado e chocado, perguntei-lhe se não estava a pensar que estávamos no dia 1 de Abril que, como se sabe, é o dia mundial das mentiras. Sem hesitações, ele reiterou que estava mesmo na posse do Mediafax, ao que fui à velocidade da luz ter com ele, tendo de facto visto também com os meus proprios olhos, essa noticia, ao que ele zombou de mim, dizendo que havia me tornado num outro Judas Iscariotas que só acreditou depois de ver.

E quem era o autor dessa notícia tão falsa quanto difamatória, que levou meio mundo a passar a me ver como um devedor de rendas. O autor dessa notícia, melhor dito, dessa terrível difamação então contra mim que até hoje me persegue, não é mais nem menos que o pseudo jornalista Rui de Carvalho, o actual proprietário do pseudo semanário O Público, que na última Segunda-feira dia 23 de Maio corrente, voltou a difamar-me com base num longo artigo assinado por um outro corrupto e cadastrado, o jornalista-mercenário Osvaldo Tembe, que o Carvalho empregou, depois de ter cumprido uma pena de oito meses de prisão efectiva, por ter sido apanhado em flagrante pela PIC em 2006, a cobrar um suborno a uma família a quem prometia não publicar um artigo que lhe seria desfavorável, e que devia publicar a mando do então Editor do Semanário Zambeze e meu ex-colega directo aqui na AIM, e hoje proprietário do Magazine Independente, o reputado jornalista Dr. Salomão Moyana.

Um ano depois, ou seja, em Junho de 2001, regressei definitivamente ao Pais, tendo num dia desses ido participar no funeral de um dos filhos do agora também falecido colega e então Chefe da Redacção do jornal Notícias, Hilário Cossa. Quando cheguei na entrada principal do Cemitério de Lhangune em Maputo, vi o colega Alexandre Chiure do Diário de Moçambique, conversando com um sujeito mulato de olhar patético que nunca antes o havia visto. Como pessoa social que sou, e uma vez que o Chiure é um colega que reputo como um amigo que vale apena manter, optei por ir me juntar a ele e, por inerência, com esse sujeito que estava com ele. Depois de um tempo com ambos a acompanhar a conversa que jorava das suas bocas, temperada com algumas gargalhadas abafadas embora com a razão que nos tinha levado áquele ponto sagrado, o tal sujeito mudou de repente de conversa, para disparar a seguinte pergunta: Ó Chiure, o que é feito daquele gajo da AIM, o Gustavo Mavie, que era correspondente da AIM em Londres? Meio perplexo, e quase embaraçado, o meu amigo Chiure disse o seguinte: afinal você escreveu aquele artigo contra o Gustavo Mavie, de que deve rendas em Londres, sem o conhecer sequer? Gustavo Mavie é este aqui ao seu lado!!!! Aos gritos de um verdadeiro louco que alguns que o conhecem bem dizem que é mesmo, o Rui de Carvalho balbuciou-se todo, pedindo-me mil desculpas. ´´Desculpe-me pá...desculpe-me mesmo. Eu não te conhecia e peço imensas desculpas por aquele artigo. Não fui eu quem o escreveu de facto. Eu só o assinei a mando do meu chefe máximo lá na Mediacoop. Ele é que o escreveu e ordenou-me que o assinasse apenas, dizendo que era verdade que você devia rendas lá em Londres´, disse-me com Chiure perplexo. Tudo isto que aqui reproduzo foi dito pelo Rui de Carvalho na presença de Alexandre Chiure, e antes de começar a escrever este artigo hoje, dia 27 de Maio de 2011, telefonei-lhe, tendo me dito que se recordava ainda vivamente desse episódio patético do actual dono do O Publico, e agora creio que nos ajuda a percebermos melhor ainda a tendêndia criminosa deste Rui de Carvalho, porque como bem dizia Cícero, é o passado que nos explica o presente e nos projecta o futuro. Basta dizer que este mesmo Rui de Carvalho foi espulso do Mediafax pelo agora assassinado jornalista investigativo e um dos melhores directores que a AIM ja teve, Carlos Cardoso, por ter sido denunciado como estando a cobrar subornos às pessoas a quem devia usar como fontes. Depois viria a ter o mesmo problema com Carlos André, com quem havia fundado o Escorpião, de onde sairia para criar este O Público que agora tem usado como instrumento de chantagem para forçar as pessoas a lhe pagarem para os não difamar.



RUI DE CARVALHO VOLTA A ME DIFAMAR SEM JUSTA CAUSA E TEMBE PEDE-ME 250 MIL PARA NÃO ME DIFAMAR



Depois de me pedir essa chuva de desculpas em 2000, eu perdoei-lhe de facto, apesar de que isso não iria apagar nunca das mentes das pessoas, a difamação que me fez com base nessa sua noticia forjada. O mais grave é que ele não chegou a publicar a minha resposta que lhe mandei, desmentindo essa sua notícia. Mas mesmo assim, semprei falei com ele quando o encontrava, e nunca tive rancores com ele, porque acreditava que ele iria honrar o juramento que me fez, de que nunca mais iria me difamar outra vez. Mas eu não podia estar tão enganado.

Estava muito enganado de facto, porque na última Segunda-feira dia 23 de Maio corrente, o mesmo Rui de Carvalho que me difamou em 2000, voltou a me difamar já em tamanho maior e bem mais grave ainda, porque desta vez diz que eu sou corrupto que estou a escangalhar a AIM, roubando o dinheiro desta Agência, usando uma série de esquemas, como a duplicação dos meus salários, e outras formas mais clássicas, como valer-me de um mecânico amigo para simular reparações das viaturas da AIM, transferir dinheiros para um suposto correspondenete da AIM em Londres que depois os retorna para mim, uso abusivo dos bens da instituição e muitas outras acusações tão graves quanto falsas que estão contidas num documento anónimo com que se baseou e que apenas é assinado por um tal Grupo de Colegas da AIM não identificados.

De nada valeu toda a minha explicação que pessoalmente dei ao Osvaldo Tembe e ao seu Chefe da Redacção, Miguel Munguambe, três dias antes do Rui de Carvalho autorizar a publicação desse artigo baseado em documentos forjados ou manipulados. Durante o encontro a sós que tive com Tembe no carro com que me desloquei para as instalações do O PÚBLICO, este deixou claro que para que o artigo não se publicasse, não bastaria que eu apresentasse factos que provassem a minha inocência e a falsidade das questões arroladas pelos autores dessa denúncia, tendo dito a bom tom, que os seus mentores pagaram bem ao meu Boss, para que publicasse a todo o custo este artigo contra si, e que para que não saisse, eu devia pagar algo acima do que eles pagaram. Tanto quanto sei, vincou, só se libertares 250 mil meticais, é que posso tentar convencer o meu Boss a não publicar este artigo. Sem delongas, eu disse-lhe logo que nunca jamais iria pagar mesmo que fosse um tostão, porque não roubei nada, e que se aceitei ir ter com ele, era apenas e únicamente para lhe apresentar factos que provam que a denúncia é baseada em factos forjados e docunentos falsos ou manipulados, para criar a sensação de que eu era corrupto de facto. Quando, por fim, separei-me do Tembe e do Munguambe, que neste caso veio mais tarde juntar-se a nós no carro em que eu vinha falando com o seu subordinado, ambos prometeram que iriam fazer tudo para tentar convencer o seu Boss a não correr pelo menos na sua publicação até que vissem as provas que eu podesse ter, porque tInham percebido que de facto havia muitas questões que careciam de clarificação. Eu havia lhes dito que deviam pelo menos adiar a sua publicação até que na segunda-feira dia 23 estivesse na posse de mais documentos que sustentassem toda a explicação verbal que os havia dado. Só que, eu estava aí a perder o meu rico tempo, porque como viria a saber mais tarde com um amigo deles, e que é também meu amigo e é contra a ijustiça, a sentença contra mim já estava feita e era irreversível. Conforme confidenciaria-me depois um dos trabalhadores de Carvalho, o objectivo desta difamação é provocar a minha queda, e isso fica claro no artigo e no pseudo editorial desse Publico de segunda-feira, pois se insta os meus superiores hieráricos a me exonerarem, porque para além de corrupto, sou um doente cardíaco que só mereço ir à reforma. Será que os cardíacos já não merecem trabalhar para a sua sobrevivência?



EXPONDO A FALSIDADE DAS ACUSAÇÕES QUE ME FAZEM



Para dizer a verdade, vinco que todas as acusações são falsas e muitas delas são antigas e exceptuando a de que andei a duplicar salários, todas as outras foram já analisadas o ano passado por uma equipa mandata pela tutela da AIM, o GABINFO, e que chegou à conclusão de que não eram verdadeiras, tendo ficado claro que os seus autores eram praticantes da doutrina do ramerrão, que reza que a tendência dos corruptos é reagir sempre às mudanças que beneficiam a maioria, desde que ponham em causa os seus interesses pessoais de índole ilícita. Eles passam a vida a gritar ao som de Viva o passado, fora do passado não há salvação.

Na verdade, essas acusações têm me sido feitas desde que fui nomeado Director-geral da AIM, porque logo de imediato adoptei medidas draniconianas que secaram quase por completo o capim em que comiam à grande algunss dos cabritões que durante mais de 25 anos, haviam reduzido esta Agência a uma verdadeira ruína, e que eu transformei num local aprazível que dignifica todos nós os seus trabalhadores e nos honra perante os nossos visitantes. Muito longe de ter escangalhado a AIM como titula maldosamente esse artigo em que sou difamado, eu resgatei a AIM do escangalhamento em que estava, e tentar negar que eu a resgatei do abismo em que estava, é o mesmo que dizer que o Sol não existe. Não é com isso que ele deixará de brilhar e ser bem visível a todos que têm olhos para ver.

Não me espanta que depois desse Grupo de Colegas ter perdido o ano passado a guerra que me moveram pela via legal, estejam a agir agora como força de ramerrão, porque o que lhes resta é difamar-me e usar todos os meios ao seu alcance para ver se atingem o seu objectivo final. Isto prova que é válido o trivial brasileiro que reza que quando não se gosta de alguém, por qualquer das razões válidas ou não, mesmo que não faça nada de mal contra nós, inventa-se algo ruím, e acusa-se depois de ter cometido esse RUIM. O artigo difamatório contra mim do dia 23 deste mês no O Público, é disso prova eloquente.





NO QUE DIZ RESPEITO À ACUSAÇÃO DE QUE ANDEI A DUPLICAR

SALÁRIOS, TENHO A DIZER O SEGUINTE:



.

Esta acusação e todas as outras são totalmente falsas e sem nenhum fundamento, e visam únicamente criar a falsa sensação de que eu sou corrupto de facto. Uma das razões que me levou a manter a prática dos adiamentamentos que eu apanhei aqui na AIM quando assumi a sua Direcção em Junho de 2001, é que tanto eu como os outros colegas, há vezes que temos de sair em serviço para o estrangeiro ou para outras províncias do País, quando faltam alguns dias para recebermos os nossos salários que nos são pagos pelo Ministério das Finanças. Em muitos casos, algumas das viagens que temos de fazer podem nos levar a estar muito tempo fora das nossas casas ou famílias, o que muitas vezes iria causar transtornos caso fossemos sem deixar nenhum dinherio com as pessoas que dependem de nós. Isto porque não teriamos como ter acesso ao salário que, neste caso, só nos seria pago após partirmos e de que só teriamos acesso após o nossi regresso.Mesmo agora que nos é pago via banco nas nossas contas bancárias pessoais, o certo é que nalguns casos, estamos em serviço em zonas do País onde não há bancos. Foi tomando em consideração estes e outros casos tão vitais para a vida dos funcionários da AIM e suas familias, que optei por manter como prática os adiantamentos salariais, que era para evitar que certos colegas viajassem deixando as suas famílias sem nada para o seu sustento e pagar outras despesas inadiáveis. Entre esses colegas que às vezes se viam obrigados a pedir adiantamento, inclui-se eu próprio, porque como se sabe, além de Director-Geral, também tenho saído em serviço, muitas vezes como um repórter.





BREVE EXPLICAÇÃO SOBRE CMO SE FAZEM OS REEMBOSLOS DOS ADIANTAMENTOS



Ora, uma vez chegado aqui, passo a fazer breves esclarecimentos em torno de algumas das acusações que me são atoladas pelos meus detractores, para que os caros leitores possam ajuizar melhor e chegar a conclusões mais correctas. Por razões de espaço e tempo, vou me deter apenas na explicação de algumas dessas acusações, como este de que não reembolsei alguns dos salários que me foram sendo adiantados. Eis a explicação que, neste caso, é tão válida tanto para mim como para todos os restantes colegas da AIM sem excepção:

No período em que os salários na AIM eram pagos em numerário pelo respectivo sector dos Recursos Humanos, que neste caso vigourou até 2003, os reembosos dos que beneficiavam de adiantamentos na totalidade ou parcialmente eram feitos pelos próprios Recursos Humanos, e isso era feito mesmo de forma automática e não havia como o beneficiário podia dever. Assim dito, mesmo como Director, não havia como evitar que fosse retido o meu salário assim que o tivesse recebido antepadamente. Esta prática de retenção pelos Recursos Humanos manteve-se até ao ano de 2006, altura em que o Tesouro passou a transferir directamente os salários dos funcionarios da AIM para as suas contas bancarias pessoais. Nesta fase, quem pede o adiantamento salarial, é lhe exigido dar em troca aos Recursos Humanos um cheque pessoal pré-datado com o valor facial adiantado, para que seja depositado pelos mesmos Recursos Humanos logo que os salários sejam lançados nas contas dos funcionários. Assim sendo, não há como eu possa ter não reembolsando os salários que me terão sido adiantados nesta fase, porque recebi-os em troca de um cheque meu que devia ser depositado não por mim próprio, mas pelos Recursos Humanos. Mesmo que haja casos de reembolsos não feitos, então a culpa não pode ser minha mas dos proprio Recursos Humanos ou DAF como um todo. Caso não tenham sido depositados, de duas uma: ou negligecniaram-se, ou queriam com isso vir depois me acusar de ter duplicado os meus salarios como o estão a dizer agora, o que não cola, porque nunca me foi dito até vir a ler no Publico que eu estava em dívida com a AIM, por nao ter reembolsado alguns dos adiantamentos que recebi por uma das razões que me teriam levado a pedí-los. Esta acusação é de todos descabida, porque quem adianta os salarios é o mesmo sector que os tem de cobrar depois, e não me lembro de uma única vez que os Recursos Humanos ou a Contabilidade, tenham vindo ter comigo pedir que honre o que podesse estar a dívida. Nem verbalmente e muito menos por escrito. Assim, acusar-me de ter andando a duplicar salários, não pode ser senão uma grande mentira que visa apenas e únicamente difamar-me, e com isso destruir a minha reputação e credibilidade que construi ao longo de toda a minha vida. Se eu tivesse esse poder de os obrigar a pagar mais do que mereco, eu estava rico, porque os teria forçado a me pagarem sempre o que eu desejasse. Mas como se pode depreender, ao pedir aditantamenton é porque não estou sempre financeiramente folgado. Eu estou na posse de factos contabilísticos e bancários com que irei provar que sempre paguei os adiantamentos de que beneficiei, tal como beneficiaram vários outros colegas que, entretanto, não se fazem referência na carta que o Grupo de Colegas mandou ao jornal Público. Um dos truques usado pelos mentores do tal documento com que O Público se valeu para me difamar, foi mandar apenas as cartas com que solicitei os adiantamentos e os cheques com que me foram pagos, mas já sem mandar os comprovativos que mostram que se fez o rembolso, como é o caso das cópias dos meus cheques pessoais que passei aos Recursos Humanos e os respectivos talões de deposito que mostram que se depositou na conta da AIM. Mas de nada os valerá isso, porque os estractos bancários irão provar que os meus cheques foram deposiatados, e mesmo que não tenham sido, a culpa não é minha porque, como vinquei já, cabia aos Recursos Humanos essa tarefa. Uma coisa que não faz sentido e não cabe mesmo na cebeça dos leigos é que falam de dívidas de 2007. Como é que os financeiros da AIM justificaram essas dívidas às equipas de auditoria do Tribunal Administrativo e da Contabilidade Pública que vieram auditar o ano passado as nossas contas?

Uma vez chegado aqui, reitero que nunca roubei nada na AIM e que todas as acusaçõe que são feitas são apenas para me difamar porque cometi o pecado mortal de fazer uma luta implacável contra os corruptos, que acabou condnando-os à fome de que não estavam habituados, porque até à minha nomeação, viviam tão bem que nem os reis do antigo Império romano e seus comparsas, que de tanto comerem para além da capacidade das suas barrigas, acabaram criando os vomitórios, onde iam vomitar o que havim comido para que assim podessem continuar a comer as boas comidas que estavam nas mesas.

Sei que continuarão a difamar-me e a tentar destruir a minha reputação, mas de nada valerá e estou certo que a História me Absolverá, citando agora um dos meus grandes ídolos, o lendário Fidel Castro, e não tardará muito que volotarei a envergar a minha roupagem que agora enxarcaram com lama, já limpa de novo e continuar a ser visto como homem integro, credivel e reputado que sempre fui e espero ser até ao fim da minha vida. O que estão a fazer é o mesmo que se fez ao capitão francês Dresus, que alguns maldosos o destituíram dos seus galões e outras insígnias que havia recebido pelos serviços que havia prestado ao seu pais e o mandaram para a terrivel prisão dos Diabos nas Caraibas, e cuja epopeia e retorno glorioso são relatados por Zola, no seu livro épico Je Acuse, ou Eu Acuso. Também eu acuso os meus detractores, e por isso mesmo reservo-me o direito de levar o Publico ao tribunal, porque como dizia na noite de 27 do corrente mês um dos meus fãns, de Lázaro Bamo, o lugar em que deviam estar pessoas como Rui de Carvalho e Oslavado Tembe, é na cadeia e não numa Redacção, ou pelo menos deviam ser banidos do exercício de jornalismo, porque só mancham a nossa reputação como classe e de todos os grandes jornalistas que agora já dormem o último sono, como Areoso Pena, Leite de Vasconcelos, Armando Tivane, Carlos Cardoso, Jose Craverinha, José Branquinho, Aquino de Bragança, Maquinasse e muitos outros colegas vivos e mortos em quem eu me tenho inspirado, e que bem gostaria de ser parte do seu conjunto quando eu também morrer um dia, tal como Socrates dizia que tudo que fazia era para que quando morresse, fosse parte dos que neste nundo fizeram só o bem que ajudou a tornar este mundo cada vez melhor para a humanidade.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Joca Estevão - Apóstolo da Desgraça

Vão me perdoar os colegas do fórum, sou das pessoas que advogam debate de ideias não pessoas mas fiquei chocado ao ler a encomenda publicada esta semana no Jornal Desafio, onde o jornalista Joca Estevão mergulha na especulação e termina num argumento falacioso chamado ataque pessoal.

Movido por motivos até aqui desconhecidos, Joca Estevão traz uma grande "descoberta" a falsificação da idade no desporto nacional e internacional e com incidência para o jovem Simão Mathe, que esta jogar na Grécia. Diz ele que Simão diminuiu 2 anos na sua real idade para dar mais valor ao seu passe.

Verdade ou não, a partir da sua fonte, Joca devia ir aos arquivos e desvendar os mistérios das idades, que a ser verdade no caso em referencia, não começa nem termina com Simão, o Joca e todos aqueles envolvidos no Desporto sabem disso.

Num dos jogos escolares em que participei como jogador de Andebol pela Seleção da cidade de Maputo, joguei com muitos gorilas que tinham sido adversários do meu treinador, mas até aquele ano eles eram da minha idade, Joca e outros sabem que isto é uma prática comum, ainda que anormal no desporto nacional. Joca se refugia na nossa Lei de Imprensa, que não obriga ao jornalista a revelar a identidade da fonte, o que podia ajudar a julgar a veracidade dos factos e as motivações pessoais que podem levar a fonte a mentir ou omitir.

Ao atacar Simão, Joca e sua fonte (formaram uma quadrilha para denegrir- não sei se isso se diz) são Apóstolos da Desgraça, na medida em que, estão a colocar em jogo não apenas a imagem de Simão Mathe, mas da nação. Os nossos jogadores passam a ser conhecidos no mundo a fora como os falsificadores de idade, por isso, velhos disfarçados e não valem. Joca e seus correligionários irão aplaudir à desgraça da nação ( como apóstolos da desgraça) e irão dizer que os jogadores moçambicanos não tem potencialidade para evoluir no exterior, irão esquecer destas atitudes infantis e viradas para o estomago.

Onde estão os Editores dos nossos jornais? Que permitem que os nossos heróis sejam atacados e denegridos, para satisfazer agendas obscuras? Simão estava descamisado a comemorar a qualificação para o CAN e Joca entende isso, a meu ver, como atentado ao pudor. Diz ainda que Simão comemorou a qualificação com uma lata de 2M, por favor. O problema não é a bebida mas a quantidade, e não é o caso.

Eu considero JOCA ESTEVAO - APOSTOLO DA DESGRACA, na medida em que ele está ao serviço de uma agenda obscura que não visa apenas desmascarar a falsificação de idade, se é isso na verdade, mas atacar a pessoa do Simão acusando-o de beber cerveja nas comemorações da qualificação para o CAN e o facto de supostamente Simão ter viajado com uma fulana para Angola.

Se Joca tivesse sido contratado para cobrir o mundial não sei como chamaria o gesto de Casilas e sua namorada, que se beijaram em comemoração a vitoria. Outro exemplo: o selecionador argentino Diego Maradona garantiu que se o país vencesse o Mundial de futebol correria nu, dias depois o médico da equipa, Donato Villani, assegurou que os jogadores podiam manter relações sexuais mas com as suas companheiras estáveis e sem aditivos, como por exemplo champanhe ou outras bebidas. Dizia ele "O sexo faz parte da vida social de toda a gente e não se trata de um problema em si". Portanto, as insinuações cheiram a inveja, que pode não ser necessariamente do Joca mas das pessoas que este está a servir nesta missão.

A Polícia de Investigação Criminal devia procurar também saber das motivações dos supostos denunciantes para avaliar o nível da veracidade dos factos.

Joca desvaloriza o esforço que fez para assegurar que seu nome no panorama desportivo nacional, e mancha-se por estar ao serviço de pessoas emocionalmente afectadas pelas relações amorosas de Simão. Um trabalho jornalístico sério sobre as idades no desporto nacional, obrigaria a levar muitos atletas e treinadores a cadeia, para não falar da punição de países e clubes. Do particular, Joca chegaria ao geral sem entrar em jogos baixos, o que me leva a dizer: MEU AMIGO ÉS UM AUTÊNTICO APÓSTOLO DA DESGRAÇA.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

CARTA AOS REFUGIADOS DO TEMPO

Bem vindos a Moçambique, como vai a vossa pátria mal amada? Espero que ela esteja bem, apesar de abandonada pelos seus filhos. Filhos esses, que era suposto lutarem para salvar os vossos países das crises em que estão mergulhados.

Bem vindos a Moçambique, país pobre e miserável com milhares de pessoas carecendo de apoio e ajuda humanitária. Bem vindos a nação dos pobres, fustigada pelas cheias e inundações, bem vindos aos nossos problemas.

Todos nós tivemos mesma sorte ou azar, fomos e estamos a ser usados e abusados pelo ocidente, a nossa maneira nós aqui em Mocambique, nossa pátria amada continuamos a resistir. Bem vindos a falta de alimentos, a dependência externa de um país com recursos.

Senhores

O que desejam? Acham que o que irão encontrar em Moçambique. Em nome de direitos humanos e pesadelos de protocolos internacionais vocês entram no país, violando nossas fronteiras. Em nome de solidariade mundial entram no nosso país a busca de um hipotético sucego e quando chegam aqui a gente vos dá farinha de milho dizem que não respeitamos os vossos direitos.

Essa vida miserável que vocês levam é típica do nosso país, vocês são sortudos porque ainda recebem comida, perguntem aos adolescentes que viraram chefes de família porque os pais morreram vítimas de SIDA, perguntem se alguém lhes dá comida, perguntem aos meninos da rua o que fazem para poder ter alimentos, perguntem se eles tem prato para servir comida.

Vocês foram enganados por gente de má fé que vos disse que daqui podiam chegar a terra prometida, Africa do Sul, foram enganados por criminosos e pela vossa fraqueza. Voltem a vossa terra e resolvam os vossos problemas. Nós também fomos agredidos violados e violentados, resistimos e assinamos acordos de paz e não violência com criminosos mas o grande objectivo foi alcancado, hoje estamos em PAZ.

Senhores

Ordeno que voltem a vossa terra, e de lá busquem sucego. Deixem-nos apoiar as vítimas de cheias ciclicas que vivem em igrejas e tendas. Voltem as vossas terras e digam a ONU para vos ajudar a partir de lá.

Se quiserem levem convosco a ACNUR e nos deixem em paz. Não vos podemos dar redes mosquiteiras em Macaretane antes de resolver o problema de Malária em Gaza e outros pontos. Não temos recursos materiais muito menos financeiros para vos dar luxo, por isso não reclamem é o que podemos fazer por vós.

Senhores

Peçam a ONU através da ACNUR para vos conceder uma parcela de terra no Ocidente, a ajuda chegará mais rápido e sem riscos de desvios. Em nome dos direitos humanos vão cultivando a preguiça. Quem é que acham que vai trazer solução para os problemas dos vossos países? Eu não tenho receios de dizer que vocês são sanguesugas, bandidos a solta que em nome de refúgio e procura de melhores oportunidades vão inundando o nosso país. Moçambique só é Moçambique porque nós estamos aqui, e resistimos a várias intempéries nunca pensamos em fugir em massa do país.

O meu país refém dos Direitos humanos e protocolos internacionais, vai criando um viveiro que ainda nos pode custar muito no futuro, porque tarde ou cedo estes mercenários vão por em prática o que mais sabem fazer – desestabilizar o país. Depois irão fugir e nos deixar na miséria. A criminalidade no nosso pais e potenciada por estes senhores. A corrupção é fomentada por estes senhores que julgam que podem comprar tudo quanto é funcionário deste país para lograr os seus intentos.

Senhores

Não queremos sujar nosso nome no que aos direitos humanos diz respeito a nivel mundial só porque não conseguimos vos dar rede mosquiteira, talheres e melhor comida. Nós também temos necessidades. São vocês abutres e sanguessugas do tempo, que não querem trabalhar mas aqui temos uma voz de comando TRABALHAR.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

TICO TICO: Dirigir uma loja não é o mesmo que dirigir futebol


A dias conversei via Facebook com o ex-capitão da selecção nacional, Tico Tico, falamos da sua carreira e também um pouco daquele que norteia o desporto rei no nosso país. Acompanhe


Lazaro Bamo - LB: TICO TICO, OBRIGADO POR TER ACEITE ESTA EXPERÊNCIA DE ENTREVISTA VIA FACEBOOK, NA SUA ÓPTICA QUAIS É QUE SÃO OS GRANDES DESAFIOS DO FUTEBOL MOCAMBIÇANO?

Tico Tico - TT: Infra-estruturas e projectos pra a área de formação

LB: O QUE É QUE ISSO SIGNIFICA

TT : Sem campos em condições dificilmente se pode praticar bom futebol e se não invistimos na formação de jogadores jamais teremos atletas bons pra actuar ao mais alto nível.

LB: MAS COM O NÍVEL DE VIDA QUE TEMOS, ONDE A PREOCUPAÇÃO É MATAR A FOME, ACHA QUE HÁ MOTIVAÇÃO PARA PRÁTICA DO FUTEBOL?

TT: Futebol é uma linguagem universal, até nos países mais pobres do mundo pratica-se futebol. Futebol faz as pessoas esquecerem as dificuldades do dia a dia. Pelo menos durante o tempo que uma partida decorre as pessoas esquecem tudo. O futebol alivia a dor das pessoas

LB: ESSA FUNÇÃO TERAPÊUTICA DO FUTEBOL OU DESPORTO É COMPREENDIDA EM MOÇAMBIQUE?

TT: Penso que não.

LB: PORQUÊ?

TT: Porque os dirigentes não entendem o valor do desporto (futebol) como ferramenta para o desenvolvimento humano. O jogo é mais do que um jogo, pode mudar vidas e até salvar a vidas.

LB: TICO TICO, JOGOU DURANTE MUITO TEMPO FUTEBOL E PASSOU VÁRIAS FAZES. DAS PÉSSSIMAS AS AGRADÁVEIS. HOJE EM DIA ASSISTIMOS A UM BUMM NO INVESTIMENTO EM SALÁRIOS, RELAGALIAS E CONTRATOS MILIONRIOS. O QUE É QUE ISTO SIGNIFICA PARA NOSSA REALIDADE?

TT: Para mim isto tudo significa tentar tapar o sol com a peneira. Para começar não temos condições mínimas para esses mesmos atletas praticarem bom futebol. Depois recompensamos mediocridade. Os patrocinadores não têm retorno dos seus investimentos. É uma série de coisas que não justificam tamanhos gastos. Para mim o grande investimento tem que ir para a base.

LB: E PORQUE É QUE NÃO SE APOSTA NA BASE? E O QUE PRETENDEM OS PATROCINADORES QUE PURA E SIMPLESMENTE TIRAM DINHEIRO E GASTAM NÃO INVESTEM PORQUE NÃO TEM RESTORNO SE FORMOS OLHAR PARA O SEU RACIOCINIO?

TT: Os nossos dirigentes, não têm formação. Até para dirigir um clube tem que ser ter formação especifica. Então não entendem os retornos que poderiam ter investindo na base. Agora as empresas acho que metem dinheiro no âmbito de responsabilidade social e não vejo outra justificação.

LB: QUE IMPLICAÇÕES TERÁ ESSE DÉFICE DE FORMAÇÃO NOS DIRIGENTES DESPORTIVOS NAQUILO QUE SE PRETENDE: UM FUTEBOL COMPETITIVO?

TT: Já estamos a sofrer por causa desse défice e se isto não mudar, se continuarmos como estamos não auguro um bom futuro para as próximas gerações. Até onde isto irá parar! Os resultados estão a vista, não ganhamos a ninguém na zona, ficamos sempre na cauda das classificações, algo tem que mudar urgentemente, temos que arrumar a casa sob o risco de hipotecarmos o futuro das gerações vindouras.

LB: QUEM DEVE ARRUMAR A CASA?

TT: Os que deveriam não o fazem, os que querem não os deixam, então é um pouco difícil responder a isso.

LB: COM ESTE CENÁRIO ACHA QUE OS ESFORÇOS DIRECCIONADOS AO FUTEBOL, AINDA QUE POUCOS DA PARTE DO GOVERNO DEVIAM SER REDIRECCIONADOS?

TT: Tudo tem que ser repensado. A estratégia tem que mudar, está claro que a forma actual não está a trazer resultados. Temos que apostar na formação dos nossos dirigentes. Dirigir uma loja não é o mesmo que dirigir futebol. Futebol precisa de dirigentes específicos para a área.

LB: TICO TICO, TEMOS ESTADO A ASSISTIR A ALGUMAS CONTRATAÇÕES DE JOGARES DE PAÍSES COMO ZIMBABWE, CONGO, NIGÉRIA, ETC,COMO É QUE OLHA PARA ESTE ASSUNTO. SERÁ QUE NÓS JÁ SOMOS MADUROS PARA ESTES DESAFIOS?

TT: Não e se fores a ver os jogadores que vem não são de tão alta qualidade mas como os nossos são ainda pior, as vezes os clubes não tem escolha,se querem ganhar são forcados a contratar os estrangeiros. E também saem baratinhos. Agora os nossos tem que trabalhar mais senão passam a segunda escolha.

LB: E A SELECÇÃO NACIONAL, ACABA SOFRENDO EM CASCATA, QUE ALTERNATIVAS INTERNAS E EXTERNAS?

TT: Não percebi!

LB: E A SELECÇÃO NACIONAL, ACABA SOFRENDO EM CASCATA, QUE ALTERNATIVAS INTERNAS E EXTERNAS?

TT: Para mim tudo tem a ver com qualidade mas também tem que haver harmonia na seleção, o que não me parece que esteja a acontecer. Temos uma situação do selecionador que não reúne consenso por parte da FMF, e as guerrinhas no fim acabam prejudicando o próprio grupo.

LB: QUE "MANDA" NO FUTEBOL? O GOVERNO OU A FMF?

TT: Infelizmente as leis da FIFA não permitem interferência do governo no comando da FMF por isso a FMF faz e o que quer com o nosso futebol.

LB: E ONDE FICAM OS INTERESSES DA NAÇÃO

TT: Eu acho que o governo tem intervir se tem os interesses da nação. Pior que estamos já não ficamos.Temos que definir este periodo como o da mudança de mentalidades, vem ai o jogos africanos, pode usar este evento como ponto de partida pra as mudanças necessárias.

LB: E JÁ AGORA COMO TIRAR PROVEITO DESTES JOGOS?

TT: Ganhar algo já não vamos a tempo mas podemos usa-los pra massificar o desporto no pais. Fala da importância do desporto escolar, na comunidade; falar da importância do desporto na própria formação do cidadão, tem tantas coisas que os jogos podem impulsionar.

Logo a seguir fomos “traídos” pelas tecnologias, a internet oscilou e assim terminava a nossa breve conversa. Não perca a próxima entrevista com Jumisse, jogador moçambicano que joga em Portugal.

Lázaro Bamo