quinta-feira, 15 de maio de 2008

Quando a Imprensa vira campo de batalha

Nos últimos tempos tenho assistido a uma guerra fria nos órgãos de comunicação social, envolvendo obviamente profissionais da área e várias pessoas de outros quadrantes. Bom, vejo aqui uma tentativa de se assegurar a todo custo uma relação polémica sobretudo entre as elites e os jornalistas. Isto meus caros, se reflecte nos artigos que tem vindo a ser publicados e nos processos movidos contra jornalistas e os seus respectivos órgãos.

Minha visão em relação ao aspecto centra-se basicamente no impacto que esta relação polémica, entre as elites e a imprensa , pode ter na sociedade, nas massas, em suma nos consumidores da informação veiculada. Se por um lado temos a imagem das elites vulgarizada e manchada por outro teremos o jornalista como um homem poderoso que como tal, detona a quem quiser, desafia o poder e lança a informação desde que tenha provas.

Não pretendo dizer aqui que os jornalista não devem divulgar a informação, mas quero apenas lançar um olhar sobre certos artigos que servem de arsenal para abater os abutres. Sou da opinião que a imprensa deve assegurar transparência sobre gestão do bem público, também acredito que as elites políticas (quero me referir aos dirigentes ), devem ter uma responsabilidade em relação aos seus actos, sob pena de serem julgados e condenados pelo poderoso tribunal comunitário. Mas meus caros, a classe dos jornalistas pode ser usada por elites para uma provável guerra fria, em que porque o fulado e o cicrano tem bifes, encomendam textos, dão provas e evidências aos jornalistas tornando a imprensa um verdadeiro campo de batalha.

O efeito disto é directo para a vida d pacato cidadão e nas linhas editoriais, que ficarão eternamente presos a textos sobre grandes esquemas de corrupção enquanto continuamos a ser sugados pela burocracia e corrupção crónica nas instituições públicas, pois ninguém se dará ao luxo de reportar sobre o desvio de aplicação e do comportamento de muitos funcionários públicos, que chegam nos seus locais as 8horas (ao invés das 7.30) e vão logo ao pequeno almoço (até as 9.30min) e depois metem-se em conversa e quando chega a vez de atender as pessoas já está na hora do almoço.

As elites políticas devem ter em mente que, não somos simplesmente indivíduos mas sim cidadãos, com capacidade de análise dos fenómenos e comportamentos, e contamos com a colaboração da comunicação social para monitorar todos aqueles que são autênticos lobos vestidos a carneiro.

Mas quando a imprensa vira uma autêntica trincheira, vivemos uma situação de desconfiança em que as pessoas acompanham, Rádio, TV, lêem Jornais só para saber o que se desvendou em relação as figuras ilustres envolvidas em supostos actos ilícitos. As pessoas precisam de ser informadas e formadas, o que não pode servir de escudo dos abutres, pois muitas das vezes esta componente serve para alimentar bolsos que já estão cheios, mas que continuam presas à insatisfação melhor descrita por Santo Agostinho, Bispo de Hipona que dizia que a satisfação de uma necessidade é um passo a caminho de outra necessidade.

Queria apenas saber se entre artigos polémicos sobre assuntos quentes publicados e processos movidos nos tribunais sobre alegada difamação e calúnia, como ficarão as linhas editoriais. Serão obviamente desviadas as atenções para se sustentar a razão de ser do artigo, isto por um lado, por outro a necessidade de um processo crime e cria-se um círculo vicioso que provavelmente só interessa a algumas elites e alguns jornalistas. Passamos a discutir jornalistas e/ou órgãos de informação Vs elites visadas pela informação.

Muitas vezes isto implica desviar a agenda do país para discutir estes assuntos que não os considero menos importantes mas porque não tem desfecho levam a muitas suspeitas.

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