segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

O Streep Tease das Ideias e o Papel dos Intelectuais

Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades .
http://oficinadesociologia.blogspot.com - Carlos Serra

Movido pelo tempo em que me encontro mergulhado até ao pescoço, vejo que muitas são as correntes que buscar interpretar e compreender a sociedade, daí o bumm de ideias que são expostas, agora mais do que nunca, ao serviço das massas.

Há um Streep Tease das ideias que na minha óptica, tem vindo a alimentar debates, a prova disso são as contribuições intelectuais que podemos encontrar na blogsfera, o que tem vindo a clarificar o papel do intelectual, que é de ajudar com sua análise a sociedade a esclarecer-se de vários factos, vão demostrar ao mundo porque é que as angústias humanas diante da vida provêm, muitas vezes, da necessidade de realizar escolhas, como dizia Jean Paul Sartre.

No meu país, cheio de fome miséria, demagogia, ainda carecemos de mais intelectuais corajosos, que não se escondem nos sovacos de partidos políticos em detrimento dos interesses da maioria. Temos muitos intelectuais que não comungam este streep tease de ideias em beneficio da maioria, por um lado são movidos pela teoria das elites, por outro temem serem isolados e descomungados de regalias, são autênticos tiranos da globalização.

É curioso que esses intelectuais cobardes, nos tempos da clandestinidade, eram arquitectos de frentes para libertar a nação da fome e da miséria, aniquilando o inimigo (colonos e traidores); eram homens que buscavam a liberdade para que fazer o streep tease das ideias em beneficio do povo, da maioria, como se pretende que seja o papel dos intelectuais. Agora que tem a praça da Independência e os microfones e câmeras, simulam o povo e mal desempenham suas funções, aparecem em missões político partidárias.

Que teme um intelectual de desempenhar seu papel? Que teme um intelectual de fazer streep tease das ideias, isto é, falar sem que ninguém ou nada o intimide? Fazendo este guisado de ideias, chego a conclusão de que, os intelectuais em Moçambique são poucos, o resto é um bando de cobardes que se deixa levar pela Teoria das Elites de Vilfredo Pareto, Gaetano Mosca e Robert Michels, que nos trás a idéia da existência, em todos os níveis sociais, de indivíduos portadores de dons característicos que lhes predispõem à liderança, em detrimento de uma maioria que não possui capacidade de livre escolha e participação.

Assim sendo o governo das massas ( estado democrático) é uma miragem, e os intectuais cobardes, que não querem ser abocanhados pela miséria, fome e pobreza absoluta, preferem proliferar círculos eleitorais e trabalhar mais para fundamentar ideias politicos, fugindo assim da sua responsabilidade, que é de colocar Holofotes nas mentes das massas.

Contraponho a teoria das elites e arrisco-me a tudo e nada, para everedar pelo pluralismo na óptica de Sandor Halebsky, que numa das suas cinco proposições sobre a teoria, fala da Dispersão do poder - o poder não está em nenhum centro, os recursos políticos estão amplamente distribuídos por toda sociedade e, com efeito, nenhum número limitado de grupos é todo-poderoso, nem há um único grupo de elite.

Se é verdade que os nossos intelectuais precisam de se afirmar na sociedade em beneficio da maioria, que envolve também a menoria como parte de um todo, não é menos verdade que os intelectuais devem despertar a sua conscência racional e deixarem de lado os 4x4, que ostentam as custas da miséria da maioria.

Sugiro um Streep Tease das Ideias para que todos abutres possam se sentir atraidos e seduzidos pela racionalidade, como forma de despí-los da ganância, corrupção e deixa-andar.

Lazaro Bamo

2 comentários:

Nelson disse...

Bem dito caro Bamo!
Pode sim o intelectual se filiar à alguma corrente politico-partidária mas ao contrário do que se vê, essa filiação ou melhor a leadade à ela, não o pode "roubar" a intelectualidade. Isso vê-se muito bem quando reparamos que na hora de se nomear alguém à um cargo rigorosamente técnico, a simpatia e lealdade partidária parece valer muito mais que o domínio técnico. Li em Dezembro, um artigo de Jeremias Langa(http://www.opais.co.mz/jeitofecho) que dizia que dos 27 ministros do actual governo apenas 6 são especialistas das áreas que dirigem . Os restantes são oque são certamente por razões político-partidárias. Esses intelectuais deviam lá dentro dos partidos encontrar e introduzir novas e claras formas de pensar mas se acomodam no negativismo que de jeito crasso colide com oque trazem das suas academias. É assim que alguém já perguntou: "que vale ter estudado?"
Minha revolta à esse intelectualismo se agiganta quando se vai ao cúmulo de usar dos seus saberes para "apedrejar" os que se lhes opõe. O aviso esta dado caro Bamo.

Abraços do Chiveve(cidade da turbulência política)

Júlio Mutisse disse...

Meu Caro Bamo (aviso desde já que me expresso na minha 2ª Lingua - a primeira é Changana).

Queira Deus (este é um desejo profundo) que não entres em nenhum sovaco nem de Partido Político, nem qualquer outro (academico/ideológico) que possa, em algum momento, toldar a sua capacidade de ver/ler os fenómenos sociais.

Tudo o que Moçambique precisa é de intelectuais comprometidos com a análise e compreensão dos fenómenos que ocorrem na nossa sociedade. Tudo isso requer honestidade.

A covardia (comungamos a sua abominação) também se revela pelo vilipêndio dos que pensam diferente, pelo "alfinetar" e etiquetamento daqueles de quem não concordamos nas abordagens. Isso é mau para o debate aberto de ideias.

A covardia é de todo má. A blogosfera tem sido fértil nisso. Temos pessoas que se escondendo no anonimato insultam as outras. Outras que faltando argumentos PRÓPRIOS no debate de ideias servem-se das ideias dos outros como arma de aremeço para os que pensam diferente etc.

Precisamos de sair de qualquer sovaco. Incluindo este da instrumentalização e da etiquetização dos outros seja com base na raça ou no credo político.

Precisamos de combater a cultura da UNANIMIDADE. Não nos leva a lado nenhum. É na diversidade de pontos de vista que encontraremos soluções para os diversos problemas que nos afligem como sociedade.