sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Combate ao crime e o perigo oposto

Meus companheiros da academia que me perdoem pela ousadia, meus mestres que puxem as orelhas, pois sem autoridade muito menos legitimidade atrevo-me a usar dizeres do sociólogo, filósofo Giovanni Sartori mas não podia resistir, quero partir da premissa deste ou seja, O perigo Oposto para dizer tudo que me vai na alma e na razão.


A criminalidade está em alta na província e cidade de Maputo, porquê? Bom podia dizer que estamos na capital político-económica e na antiga cidade industrial do país dai que os malfeitores tem na província como seu alvo. O curioso é que os agentes da PRM são apontados com dedo acusador, dizem as vozes que eles são incompetentes. Mas até que ponto? Bom por um lado pode se considerar uma validade material desta posição na medida em que alegando falta de condições, os agentes sem envolvem em esquemas de corrupção vendendo a tranquilidade pública para garantir o seu sustento; mas também podemos olhar a questão noutro ângulo, isto é, temos um cenário em que quanto melhor equipada é a policia mais eficientes são os malfeitores, senão vejamos. A experiência já nos mostrou que a tendência dos índices criminais é de subir e sempre subir, e num esforço redobrado aloca-se alguns meios, há parcerias para formação de agentes, e o resultado? Nada. É que me parece que a formação é dada aos assaltantes que a própria polícia.


Os malfeitores assaltam estabelecimentos em fracções de segundo e a policia dá resposta séculos depois. Porquê? Não sei. Casos de assaltos aos bancos são algo novo na Matola mas roubo de patos não. É caso para dizer que o desenvolvimento tem algumas influências nefastas na sociedade na medida em que são novos empreendimentos que atraem ladrões, fazem nascer corruptos e corruptores.


Não quero negar o desenvolvimento, aliás estou a favor e disposto a dar o meu contributo, mas é preciso que se tome em consideração que quanto mais um país, uma região uma cidade evolui, é preciso implantar novas estratégias, ter um outro tipo de liderança, o que não significa necessariamente a mudança ou troca de ninguém mas antes de mais a capacitação, formação de homens capazes de entrar firmes para a aldeia global.


Voltando ao perigo oposto, este axioma sugere que quando exageramos na luta pelo bem podemos não destruir o mal mas substitui-lo, isto é, trocar o mal pelo mal. Vamos exigir segurança à policia mas não de forma exagera para não corrermos o riscos de sermos ditadores, pois ao ditarmos as regras à policia irémos criar desordem na sociedade. Vamos sim humildemente contribuir, colaborar, não corromper. Os bufos também devem ser humildes não anunciarem perfeição que não buscam, e mesmo se o fizessem estaria a navegar na utopia.


Não quero ser pessimista mas é preciso ter cuidado com o perigo oposto nas exigências e promessas que são feitas, aliás Giovanni Sartori diz que é mais fácil avaliar o produto de um mercador porque este é consumido directamente pelo público mas do político não porque não é apalpável. Quem muito luta pela justiça poderá se tornar injusto; quem muito luta pelo bem poderá se tornar maldoso; vamos buscar o meio termo, somos uma sociedade evoluída que já não usa a emoção para agir mas a razão para se guiar.


Queria apenas compartilhar o pensamento de Miguel de Unamuno, eles dizia somos mais pais do nosso futuro do que filhos do nosso passado.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Carta aos pensadores do meu tempo:

Caros,

Há muito tempo que não escrevo, não compartilho meu pensamento e sentimento com ninguém, mas fiquem seguros de que a insegurança é que me desvara do círculo de ideias e pensamentos. Algo me despertou, me acordou do profundo sono, da letargia coberta de angústia, os Corrupção, corruptores e corruptos.

Ouvi algures que os Magerman’s, os tais que lutam pelos seus Marcos ( não os que são usados no parcelamento na Matola mas a moeda alemã ), queriam linchar um desfavorecido hoje confundido com um corrupto, o discurso tinha haver com as obscuras ou menos claras negociações entre o governo e aqueles nossos irmãos que a mais de uma década e meia, exigem a recompensa do seu suor sacrifício e paciência.

Nossos irmãos que importaram o panck maluco (estilo de corte de cabelo), roupa de Napa, os estilo dos UB 40, motos MZ, TV’s a cores, mulheres e comportamentos; são nossos compatriotas que vieram com ares de vencedores, homens viajados, trouxeram consigo estilos, hábitos, bons e caros hábitos, mas tudo passou.

Os Magerman’s, começaram a vender, primeiro motos, meu primo que não sabia falar a língua da pátria que não pariu Hitler ( deus da terra ), já tinha MZ e assim a história se fez. Os clubes de filmes nas casas pariram ladrões, partiram a caneta dos miúdos, desvirginaram donzelas. Dezasseis anos depois, aí estão as vozes, queremos o dinheiro que trabalhamos. Será mesmo possível que o galo vai dar tudo? Só se eu entrar na água um dia e não sair molhado.

Guerra no seio dos Magerma´s! Sim já começa haver ambição, ganância, engoísmo, características da corrupção, de corruptos e corruptores. Querem assar Mawai, não sei se eles tem razão ou não de tal posicionamento, mas nada justifica tal atitude, quem vai sair a perder são os Magerman´s, que vão perder subsídios, haverá guerra no seio do forúm e o governo vai suspender os pagamentos. Quem está meter água?

Estou triste e decepcionado, porque nós ainda acreditamos na utopia, acreditamos que existe um país sem corrupção, corruptores e corruptos. Estou triste com os intelectuais que são cúmplices, cartesianos, e o povo a espera do futuro que os filhos terão, morre com o olhar pendurado no prato do bife que transborda, nos pratos dos nossos ilustres intelectuais dirigentes.

Intelectual deve estar ao serviço do povo e nós em Moçambique não temos intelectuais, pois os que eram supostos ser, não tem consideração para com o outro, são corruptos, obrigam a sociedade através do sector público a ser corruptora, levam o país ao sistema político moderno que é a corrupção.

Chamo corrupção de sistema político, porque é ela que ordena e coordena, é ela que faz com que quem trabalhou a dezasseis anos atrás e colectou milhares receba migalhas, é ela que faz com que quem não tem mérito ganhe as eleições, é ela que faz com que os criminosos sejam impunes e os inocentes injustiçados, é ela que faz com que hajam empresas e escravatura, é ela que cria e implementa políticas.

Caros,

Será possível, viver num país, num mundo sem corrupção? Viver no mundo sem inverdade ? É porcausa do desvio de aplicação que, eles andam de 4w4, vivem no Belo Horizonte, nos condomínios de Malhampwene, no Tofo, Barra, Tofinho, Bilene e várias outras regiões que são um país habitado pela menoria que é favorecida e se isola da maioria que vive, no Intaka, Guava, Khongolote, Matola Gare.

Caros,

Somos todos intelectuais e vulneráveis ao desvio de aplicação, devido a nossa condição de desfavorecidos, os cúmplices e negligentes vivem a custa das lágrimas do povo. Se estamos no país justo, que se devolva o bolo completo não em pedaços porque ainda que tenha sido enviado aos pedaços não eram tão menores como estão a receber! É preciso dar pão, água e cobertor as flores que murcham todos os dias, nos roda pés dos passeios da cidade cobrindo asfalto.

Caros,

Quando alguém, no seu trabalho, na mais absoluta falta de cidadania, solicita, recebe ou aceita uma vantagem indevida em troca de algum acto que deverá praticar ou deixar de praticar, comete o crime de corrupção. Quem nunca cometeu?

Eu não peço que os corruptos o deixem de ser, antes pelo contrário, do mesmo jeito que desviam a vida em sociedade para o mal, podem nos corromper e sermos uma sociedade do bem. Podem fazer de nós palhaços, como o fazem em comícios populares e reuniões mais caras que a vida da nossa sociedade, mas por favor também sofremos e temos vontades.

Não sabia que a vida em si era corruptora, corruptível e corrupta, senão teria dito aos pais que não me nasceram a não me trazerem a terá que Deus não prometeu. Por isso convido, aos decepcionados, sugados aproveitados usados e abusados, a voltarem comigo para o mundo que não sei se ainda existe.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Glória á kota Glória


Vi no mês de Agosto, uma cor diferente nas paredes do edifício sede da RM, até no famoso primeiro andar, panfletos e cartazes, era só vota em mim, para melhorar a sua vida profissional, qualquer coisa parecida, mas era campanha para o nobre cargo no Conselho de Administração, o felizardo ou a felizarda seria representante dos interesses e desinteresses da maioria no primeiro andar.

Eu também queria votar, em quem não interessa agora citar, também porque o voto é secreto, mas uma nota cortou-me as esperanças depois de eu prometer voto a figura que me inspira confiança, que mesmo assim não vou revelar, vi me no banco de suplentes a rezar pela nossa vitória.

Houve casos de colegas que resolveram suas vidas no decurso das eleições, os candidatos, aparentemente folgados ajudavam a todos, eram os salvadores da rádio amada. O mês foi de festas, bebidas, comidas e tudo que agrada aos profissionais da Rádio Moçambique, diga-se de passagem que há quem mudou de visual até de quilos.

Os putos/rapaziada da Rádio Cidade, da qual eu faço parte eram os menos agitados, não que eram indiferentes em relação ao facto, mas porque a comissão lhes minhou. Mas o resto da malta girava nos corredores como Ten Years em plena madrugada num armazém de arroz que anda escasso na praça.

Vi um partidário de quem não sei, em plena tarde a destruir panfleto, e na minha inocência saudei, e ele: boa tarde estamos a trabalhar - essa registei e contei aos putos do Canal,virou conversa, mas juro por mim mesmo nunca dizer quem foi. Os candidatos todos eram fortes, promissores e com propostas concretas, gente humilde e com visão, mas no final das contas a alma que Deus fez com osso do homem mostrou-se mais forte.

Dos microfones a poltrona, lá se foi cota Glória

Duas senhoras, com voz que Deus concedeu-as e deixou a cópia no cofre, tia Lú e tia Glória, quem seria a vencedora. Os outros murcharam com flores apoquentadas pelo calor, as senhoras e os seus seguidores abundavam mais os corredores e untavam as paredes com todo tipo de material publicitário. O resultado chegou! Espreitei da coordenação eu e outros mirones vimos a contagem de votos - hihihih Glória está a bater- dizíamos todos, era felicidade para uns e tristeza para outros, vi garrafas de champanhe a entrar na Rádio, suponho que era para comemorar a vitória, pois caso contrário é proibido.

Glória Muianga venceu, os outros nada mais poderiam fazer a não ser ajudar a RM a avançar, como sempre o fizeram e esperarem pela próxima que de certeza irá chegar, aliás a maior recompensa do nosso trabalho não é o que nos pagam por ele, mas aquilo em que ele nos transforma, já dizia John Ruskin.

A tia Glória vai um conselho: Quem não cultiva o hábito do trabalho contrai o vício da preguiça. Sei que nunca foi o seu lema.Boa sorte

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Matola hoyé

A noticia chegou-me de surpresa, e não aguentei logo via meu pobre telefone celular enviei mensagens sms que não tenho aos meus amigos, anunciando a boa nova, Matola subiu.

Passamos do nível C para B e o prestigio para nossa cidade aumentou, atenção que está vitória é um bem comum não é de nenhuma pessoa individual, e é mas consideração para a cidade que muitos ainda a julgam como casa de campo.

Ostenta a Matola quintas, casas de campo, mas a Matola tem filhos que lhe adoram e é o esforço de pouco mais de 600 mil habitantes que ela hoje é o que é. A Matola tem indústrias, fábricas, bancas e barracas, casas de construção com material convencional e também casas de construção precária, a Matola tem amigos e inimigos, tem defeitos e qualidades mas a Matola tem uma coisa hoje, uma vitoria, que é resultado desta combinação do bem e do mal, do belo e do feio, do agradável e desagradável.

Festa ontem, festa hoje e festa para sempre nosso lema como Matolenses de mão cheia que contra, a favor, neutro ao regime, as ideologias, confissões religiosas, vão lavrando no duro chão que a vida nos proporciona, para esculpir a cidade bela que caminha rumo a capital da cultura.

Esqueçamos hoje as diferenças pois com elas conquistamos a vitória que partilhamos hoje, pois ao passar de C para B a Matola confere ao seus munícipes um outro status, não somente ou necessariamente bens materiais, mas prestígio social que é o que mais alivio dá ao homem, pois pão sem paz não enche barriga mas paz sem pão mantém viva a esperança de um dia conseguir pão.

A disciplina é a parte mais importante do êxito, diz um velho ditado e espero que Deus todo poderoso criador do céu e da terra, e de todas coisas visíveis e invisíveis a cada dia que passa nos torne homens fortes como o herói grego Aquiles.

Só existe uma forma de êxito - ser capaz de viver a vida de acordo com a própria consciência.

Por ultimo gostava de dizer que Vencer não é nada, se não se teve muito trabalho; fracassar não é nada se se fez o melhor possível.