sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Matola, Capital da Cultura?

Quem perde os seus bens, perde muito;

quem perde um amigo, perde mais;

mas quem perde a coragem, perde tudo.

(Autor desconhecido)


De algum tempo para cá, a cidade que em tempos foi tida como o maior parque industrial do país, tem vindo a traçar e trilhar por outros caminhos, a busca de uma nova sociabilidade humana, através da cultura. Pretende-se com o projecto, transformar o Municipio da Matola na Capital Cultural.

Os entendidos na matéria, dizem que podemos definir cultura como o conjunto de características humanas que não são inatas, e que se criam e se preservam ou aprimoram através da comunicação e cooperação entre indivíduos em sociedade. Na óptica desta definição, a Matola está num bom caminho, mas é preciso saber até que ponto a transformação desta cidade na capital da cultura irá beneficiar aos munícipes, aos jovens do ponto de vista de enquadramento e oportunidades profissionais; até que ponto isso irá contribuir para o desenvolvimento do Municipio.

Bom, claro que nisto tudo existe a projecção nacional, regional e até internacional da cidade; mas essa projecção deve estar firme, do ponto de vista da eliminação de alguns problemas básicos da cidade tais como: meio ambiente; meios e vias de circulação; cuidados médicos; água potável; energia eléctrica.

Quero acreditar que é possivel transformar a cidade na Capital da Cultura, mas julgo também urgente a melhoria das condições de vida na nossa sociedade, pois no meio de eventos de grande envergadura, haverá gente de fora que virá a Matola, e não será nada bonito na tentativa de conhecer a cidade, serem abrilhantados pela poluição de ar, criminalidade, falta de energia eléctrica e água potável, conflitos de terra, deficiência de algumas vias.

É importante capitalizar os eventos culturais para mostrar os valores culturais locais, que devem na minha óptica reflectir este propósito, a Matola como Capital da Cultura, pois temos sim a Companhia Municipal de Canto e Dança, alguns grupos de Dança, cantores, artistas plásticos e outros, mas é preciso saber a nivel local e somente para estes, o que tem sido feito.

São artistas que emergem a cada dia que passa, precisam de uma mão para avançar e podem dar um grande contributo na edificação da Capital da Cultura – Matola. É preciso incutir nos jovens e artistas emergentes a ideia da qualidade e produção de alto nivel para entrarem no mercado de concorrência.

Matola com Capital da Cultura, pode dar os chamados empregos terceários, que justamente distribuidos, poderão ajudar aos jovens que frustrados com a vida, refugiam-se no consumo e venda da droga, quadrilhas, jogos sujos, prostituição, uma autentica degradação moral.

Bem haja a ideia da cidade como ponto de convergência entre vários povos e várias culturas; que os resultados se façam positivamente sentir entre todos e cada um dos matolenses. Que não sejam apenas assambarcadores a viver às custas do projecto mas sim toda a comunidade, todos agentes culturais.

Da parte da edilidade há aspectos por acautelar, as assessorias e os conselhos, que na minha ópitica instam os dirigentes a agir mediante a filosfia do código de Hamurábi (dente por dente, olho por olho), o que do ponto de vista de marketing político e não só, não é correcto. Agir por emoção é tipico de ignorantes, e quando caminhamos para este extremo, semeamos vento para colher tempestade e o mal da ignorância é que vai adquirindo confiança à medida que se prolonga. Chamo desde já atencção aos conselheiros, pois é preciso saber o que vamos dizer, que informações queremos transmitir às pessoas. E, indo um pouco além: que imagem queremos que tenham da nossa instituição? Que reacções queremos que tenham? Que atitudes esperamos que tomem?

A forma como codificamos a mensagem pode influir muito no resultado da comunicação (resposta e feedback). A compreensão da mensagem pode ficar prejudicada se ela não levar em conta todo o sistema de crenças e valores do receptor, isto os homens de marketing chamam de distorção selectiva.

Dizia Byron que os espinhos que me feriram foram produzidos pelo arbusto que plantei, dai que um dia verémos os frutos da pouca competência, e as vitimas serão os actuais actores, que como palhaços, vão tentando dirigir a opinião pública para as suas convicções.

Dizia Virginia Burden que, a cooperação é a convicção plena de que ninguém pode chegar à meta se não chegarem todos, por isso todos somos chamados a dar contributo neste grande projecto para tirar gajos colectivos e equitativos.


1 comentário:

Nelson disse...

Olá Bam...
A citação é Miguel de Cervantes Saavedra de Alcala Henares (1547 - 1616), Célebre Poeta espanhol
Abraços.