sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Erros que podiam ter sido evitados


Não sei porquê, mas a quem ainda acredita que os caminhos distorcidos podem nos levar a terra prometida, mas vale recordar que, quem semeia vento colhe tempestade, assim reza um velho ditado popular. Colheram tempestade as Direcções Provinciais de Saúde e Educação e Cultura da Província de Maputo.

Erra preciso errar para descobrir a necessidade de informação e comunicação entre vários sectores e níveis sociais. Administração de medicamentos é algo sensível, pior ainda quando se trata de crianças.

Fiquei triste, com a atitude das estruturas que depois de introduzirem a desparasitação decidiram parar com a actividade e reflectir, depois de tantos menores terem passado mal de saúde. Foi preciso haver um tumulto para se interromper o erro grave, um verdadeiro atentado à saúde das crianças.

Sim a ideia è boa, aliás já dizia a directora Provincial da Educação e Cultura de Maputo, Raquel Raimundo numa entrevista ontem a RDP-África, que temos que formar um homem forte e capaz de ajudar a combater a pobreza, um homem forte e saudável, isso na verdade é urgente.

Mas há situações em que ao invés do homem forte, deformamos o que já temos, era o que estava a acontecer. Queria saber porque não houve sensibilização antes? Onde está o envolvimento da comunidade na gestão escolar de que tanto se fala? A sensibilização que se pretende levar a cabo è para o sucesso do trabalho ou para baixar a poeira? Uma cadeia de inquietações tenho aqui comigo, e gostaria que me respondessem ainda que seja não vossa mais humilde consciência, pelo menos as questões aqui expostas.

Agora param para reflectir, o que deviam ter feito antes, minha professora de Matemática que a anos não dou na escola, dizia sempre que nós devíamos ouvir pensar analisar e falar, não ouvir e falar. De certeza, nesta onda de importação de modelos de vida alguém disse para que as estruturas implementassem a iniciativa nas escolas, o que considero positivo, mas as nossas estruturas não tiveram o cuidado de pensar como devia isto ser feito. Porquê não sei, talvez tenha sido a urgência de formar homem saudável.

Queria que reflectissem antes de tudo que pensam em fazer, muitos irmãos meus não tem nada que comer ao sair de casa para escola, e a medicação pode matar o homem que queremos que se torne forte, para salvar a pátria da pobreza.

Não estarei no conclave do erro mas peço para abalizarem a desparasitação tendo em conta as várias condições sociais de muitos irmãos meus que a estas alturas, esperam as decisões vossas para dar segmento à vida.

Lembrem-se do Bispo de Hipona, Santo Agostinho, que diziam a respeito da consciência que a confissão das más acções é o primeiro passo para a prática de boas acções. Por isso tenho esperança que da próxima saberão como lhe dar com estes aspectos.

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