sábado, 4 de julho de 2009

Matola, um barco a deriva ou nem por isso?

É triste mas temos que reconhecer que as coisas não andam bem na nossa cidade, e não nos agrada como munícipes ver o barco a deriva. Estamos numa nova era, novo elenco e nova filosofia, e não acredito que a dissonância que vivemos tenha haver com este facto, porque se soubéssemos estar como os outros, ninguém notaria nossos problemas domésticos, mas o cenário é simplesmente lamentável. Tenho comigo algumas inquietações, porque Fernando Assona, único vereador que transitou do elenco passado para o actual, na nova abordagem não levou sequer seis meses e abandonou o projecto? Não saio aqui em defesa de ninguém ou qualquer coisa assim mas não consigo tapar o sol com a peneira.

Outra inquietação está aliada ao projecto de mercado grossista no Tchumene II, porquê mercado primeiro se as pessoas ainda fazem quilómetros para buscar o precioso líquido, onde ainda há pendentes a resolver de conflitos de terra, transporte e outros assuntos. Porquê agora a mudança de prioridades, se prometeram continuar com o trabalho que vinha sendo desenvolvido, porquê é que agora o discurso já não é o mesmo, nós não temos nada haver com as vossas assombrações, vejam e sigam exemplos como da cidade capital Maputo, que na base da continuidade vai assegurando aos munícipes que nada está perdido e que a coesão continua, mas nós ainda queremos inventar a roda em pleno séculos XXI quando os gregos já o fizeram a muito.

Não reprovo o projecto mas discordo com ele, e se hoje saírem a rua perguntarem a um munícipe o que prefere entre água e mercado, certamente a resposta poderia vos levar a reconsiderar as vossas posições, caso sejam humildes. Não estamos contra ninguém, apenas não queremos ser cobardes. Se ontem a Matola era unida do topo a base e vice versa, hoje já não se pode dizer a mesma coisa, não são nossas invenções, conversem com o povo, por quem nós acima de tudo nos preocupamos.

Quem está a fazer confusão na Av. Josina Machel, a estrada que parte da zona da Coca Cola até Socimol ? Um grupo de pessoas não identificadas está a fazer emendas na estrada, que só pioram o estado da via. O normal é que aquelas pessoas estivessem identificadas para saber quem é que está ali a trabalhar mas nada, ainda se gabam como um trabalho digno que está a ser feito. Como os deputados, também inquieta-me o facto de se falar de quinhentas novas rotas de transporte concedidas quando não se diz onde, pois quando é assim isso gera muitas dúvidas. O cancro do transporte na Matola é um facto, quem vive no Khongolote, Maphandane, Matola Gare sabe do que é que falo, sabe que nas horas da Ponta só pode apanhar carros caixa aberta. Quem apanha chapa normal, sabe do sufoco, e as quinhentas rotas?

Os conflitos inter pessoais já estão a ultrapassar as medidas e os matolenses estão a ser vitimas disso, resultado, planos e estratégias falhadas porque os dirigentes e funcionários do município não comungam mesmos ideais. Se estou a mentir podem provar mas a minha tese sustenta-se nos desabafos dos bastidores.

Continuamos a espera que coloquem o letreiro no Auditório Municipal Carlos Tembe, pois apesar da decisão oficial e depois de se encomendar o letreiro nunca mais se disse nada, parece que o assunto foi esquecido. Os Matolenses estão a cobrar trabalho, porque sentem que a cidade parou, sob argumento de arrumação da casa, mas parece que o que está a acontecer é outra coisa diferente da arrumação. Não tapemos o sol com a peneira, os funcionários da autarquia estão descontentes, frustrados e inseguros, pois sentem que há uma gestão de policiamento, o que não ajuda os recursos humanos. Mudanças de uma máquina governativa meus caros, é algo muito complexo que não pode ser feito a velocidade da luz, sob risco de se perder o norte como é o caso. Ainda vão a tempo de ganhar confiança, é só buscar lições de humildade.

Não nos levem a subscrever o pensamento de Edmund Burke segundo o qual quanto maior o poder, maior o perigo de abuso. Meus caros o maior património de uma nação é o espírito de luta de seu povo e a maior ameaça para uma nação é a desagregação desse espírito, vejam para onde leva a coesão social na Matola.

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