segunda-feira, 16 de junho de 2008

Candidatos fora das 4 linhas

É do domínio popular que em Novembro teremos as Eleições Autárquicas e a Matola, poderá conhecer uma viragem na sua história. Vivemos habituados durante nove anos, com a cara e filosofia de governação de Carlos Tembe, que Deus o tenha, e chegados até aqui, temos obrigatoriamente que experimentar outras realidades. Isto historicamente é inegável, pese embora possamos ter dissabores lá mais para frente, mais eu prefiro trilhar pelo optimismo.

Vivemos num período de transição, onde todos procuram se acomodar antes de soprarem os ventos da filosofia nova, dos próximos cinco anos. Muitos achavam que com o caos que se verificou após a morte de Carlos Tembe, poderiam transformar a nossa cidade na casa da tia Joana, enganaram-se, estava escrito e ninguém podia adulterar a verdade, Matola tinha que cair nas mãos da Maria Vicente, e foi o que aconteceu.

De lá para cá, muita coisa aconteceu, coisas que até abalaram as minhas opiniões e convicções, em algum momento foi confundido por ideais políticos e me esqueci dos seminários e conferências da faculdade onde abordei a questão na perspectiva de Giovanni Sartori. Mas refiz-me da ressaca. Muitos nossos concidadãos ambiciosos, estão mais preocupados a estas alturas com o Poder, querem assambarcar a Matola.

Durante a caminhada muitos ficarão para trás, como aqueles senhores que atiçavam os conflitos de terra, aqueles enriqueceram de uma forma estranha. Mas também ficaram para trás aqueles que não sabiam controlar seus apetites inferiores, aqueles que humilhavam seus sequazes. Um deles foi despachado para vereação de lixo, e lá simplesmente não teve enquadramento, é um quadro perdido.

De lá para cá, alguns vereadores foram movimentados num claro gesto de que quem vacilasse podia ir ao olho da rua, principalmente aqueles que queriam fazer um golpe, mesmo depois de terem desmentido num órgão de informação, sabemos todos que houve essa tentativa frustrada. Alguns foram perdoados porque assim Deus ensinou.

Mas de lá para cá também foram ficando, por conta do tempo, fora do baralho, fora do xadrez político, os candidatos que já tinham olhos postos no bem estar que a vida podia os proporcionar depois de vencerem as eleições. Muitos desistiram porque tomaram consciência que paranóia é água encima do pato quando diante da verdade.

Meus caros sejamos humildes, Deus disse, bem aventurados os humildes. Queria ele nos elucidar que é fundamental que cada um de nós saiba reconhecer e assumir que nem tudo pode estar ao seu alcance. As exigências para as candidaturas são muitas e uma delas tem haver com os anos de militância. Muitos não têm, mas continuam a sonhar com uma vida cheia de benesses, na rua da residência, perto da primeira esquadra. Boa sorte.


Muitos estão fora das 4 linhas, acredito que ninguém pode entregar o ouro ao bandido. Temos pessoas que se evidenciam e muito bem nas áreas em que estão colocadas, na minha óptica é aqui que eles deviam apostar mais. Dirigir uma cidade não é tão fácil assim como se pensa, isso tem haver com muita coisa, que acredito que os que estão fora do baralho, fora das quatro linhas não possuem no conjunto da sua maneira de ser e estar.

Optei por estudar Filosofia, por amor, e aprendi que é um argumento falacioso dizer por exemplo que se o fulano é bom gestor da área x, será bom presidente. É verdade que existe democracia no seio dos partidos políticos, mas vejam para onde nos levam, tenham em conta os interesses da maioria. Todo mundo quer ser porque acha que pode ser mas quem será na verdade? Deixem o povo, membros, simpatizantes, e neutros escolherem quem será. Ai tenho certeza que os lobbies dos pequenos círculos, que muita das vezes nos colocam em riscos, nós o povo e os nossos interesses, irão cair nas suas próprias graças.

Muitos estão fora das quatro linhas, espero que aconteça um milagre, que eles acordem e procurem dar mais de si, para o desenvolvimento da autarquia pois cada macaco, para o bem da cidade, deve ficar no seu galho. Disse uma vez um desconhecido e passo a citar: Aquele que pensa que é demasiado grande para fazer trabalhos pequenos é talvez demasiado pequeno para fazer trabalhos grandes.

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