quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Música moçambicana, um debate prematuro

Nos últimos tempos temos assistido á uma onde de debates acesos sobre a música moçambicana, são discussões que me levam a crer que cada um de nós, músico como não, tem uma visão que subjectivamente a considera correcta. Vejo em alguns formadores de opinião uma tentaiva de guiar o espírito artístico dos nossos músicos, a partir do conteúdo das músicas, ritmos, estilo, maneira de dançar e/ou cantar, presença em palco, e outros aspectos que reservo aos críticos, mas numa visão que os filósofos apelidam de ataque pessoal, que é um argumento falacioso.

Vivemos ceitas religiosas que estão sempre em conflitos, agora é a música, e a única base dos argumentos dos “ grandes críticos” da música moçambicana, é de que o povo não está preparado, e fala-se de uma linhagem musical que sempre guiou os tempos e se acredita que é a mais correcta.

Não sou conservador mas também não tenho nada contra estes, porém, a verdade é que a discussão sobre a música moçambicana é prematura e ambulante, talvés se falássemos do estatuto da música que queremos para moçambique hoje, pudessemos chegar a um ponto de convergência entre nós os apreciadores, os críticos, a velha e a nova egração da música moçambicana.

Há uma preocupação com factos como o traje e a presença em palco das nossas estrelas da música. Fala-se de uma exibição erótica das nossas cantoras no palco; da falta de mensgem nas músicas da juventude; e pergunto eu, que faz um artista para agradar ao público; pelo que eu saiba um artista deve criar uma plataforma de diálogo que tem aceitação no seu públlico alvo, mesmo sabendo de antemão que não se agrada aos Gregos e Troianos.

Já com José Guimarães ouviamos, uma música de dizia a Laurinda para não entrar na casa dos pais com o namorado para não deixar o cheiro deles; Já com Fany Pfumo ouviamos músicas com descrição de mulheres magras e gordas e a distribuição destas por homens distintos; Com Alexandre Langa temos outras descrições da mulher, algumas delas pejurativas; avançamos com o tempo e encontramos a Zaida Lhongo que no palco faziam gestos que só as quatro paredes podem dizer o que significam; e hoje temos a geração que temos com seu estilo; porquê discutir a músicas com base em aspectos banais?

Ao afirmar que a música moçambicana está em crise, equivale a dizer que o nosso país já conheceu os melhores momentos da música até ser catalogada como tal; a propósito gostava de saber dos críticos o que é música moçambicana? Quais são aos suas caracteristicas? Pois o mundo de hoje exige um debate baseado em factos tangíveis, não que eu seje adepto do positivismo, mas na nossa terra não temos base para dizer o que é música moçambicana.

Ainda temos Dilon Djidji a auto proclamar-se, pai da Marabenta com argumentos que apresenta e não muito famosos; temos um país cuja cultura está dispersa quanto o aparato ideológico, relegioso, social, económico e politico; que cabemento terá discutir a crise da moral na música moçambicana. O que é música moçambicana?

Temos uma situação em que influênciados pelas disparidades económicas, entre sul, centro e norte do país, os nossos criticos falam da música moçambicana como o que é feito aqui em Maputo; são os mesmos criticos que nunca se deram ao luxo de comprar Chadú Lacá, Mussodji, Ali Faque, Elsa Mangue, e outros mas tem nas suas colecções discográficas todos albuns de Aretha Franklin, Frank Sinatra, Elvis Presley, Otis Reding, John Lennon, Mick Jagger entre outros.

Que música para moçambique hoje? Eis a questão. Atendendo e considerando os desafios que se nos colocam ao nosso país no mundo de hoje. Queremos ir ás salas nobres de Paris e Inglaterra, cantar nos lugares pitorescos? Queremos ter estrelas do calibre da Beyoncé; queremos uma Madona a maneira moçambicana; queremos ir a áfrica do sul e exibir nossos valores; quem irá fazer o quê e aonde para divulgar o que se faz em Moçambique no mundo da música?

Discute-se a música moçambicana na perspectiva comparativa como se tivessemos bases para o efeito. Se acredita-se numa crise de valores, ou novos valores, a responsabilidade não deve recair sobre os cantores apenas, mas aos apreciadores da música também, pois estes é que definem o estilo e o conteúdo da música. De certeza irão me perguntar porquê, a resposta é tão simples os músicos foram vendo que só o estilo de Beyoncé, 50 Cent, é que tinha mercado comparativamente aos sons que se diz serem tradicionais, e hoje temos o cenário que temos.

Felizmente temos muitos cantores que se identificam com a nossa realidade, mas os trabalhos deles são vendidos nas suas casas; temos outros que não são divulgados, ninguém compra os seus trabalhos. Outros ainda pararam no tempo, e em todos espectáculos só se limitam a cantar o que gravaram a dez ou vinte anos atrás. Alguns midias fomentam conversas de esquinas descabidas, quando temos notícias que precisam de destaque. Os mídia devem descobrir e divulgar talentos em todo país. Queria convidar os criticos a ler Giovanni Reali e Dario Antiser, História da Filosofia Vol.I, estes autores dizem claramente que um grande mestre não é aquele que vive repetindo as ideias do seu mestre mas aquele que a partir do que seu mestre concebeu ele busca alcançar outros horizontes.

Os putos consiguiram se afirmar, estão a fazer sucesso isso é inegável, apesar de alguns excessos, mas eles estão a copetir com o mundo, não com um punhado de gente, estamos numa aldeia global, onde temos que entrar para história em pé de igualdade com qualquer nação, e os putos, velhos e críticos são convidados a ter visões que ajudem o país a catapultar para o mundo global, e não cortar os pés da imaginação e criatividade.

Não saiu em defesa da velha ou nova geração, ou como um critico pessimista mas quero convidar o povo moçambicano livre somente a trinta e dois anos, a deixar a criatividade navegar sem obstâculos, mas com conselhos que possam ajudar os jovens a crescer.

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