terça-feira, 12 de junho de 2007

A Matola no século das luzes utópicas*

Dizia Miguel Cervantes, que a verdade alivia mais do que magoa. E estará sempre acima de qualquer falsidade como o óleo sobre a água. Este postulado é mais pura verdade e demonstra o quanto a lógica de ser e estar, é capaz de transparecer todo tipo de maquiavelismo implícito que ainda reina em algumas mentes. Este olhar não pode ser visto como ataque pessoal (meu professor de filosofia disse que isso era um argumento falacioso), ou como ataque á ideologias muito menos apoio a estas, mas sim, um meio-termo entre o justo e o correcto. Este olhar não passivo mas susceptível de aplausos e irritações vai para aquilo que eu chamaria de má aplicabilidade da ideologia. Porquê não sei. Talvez seja a soberania obscura da demagogia, do maquiavelismo implícito.

Decisão tomada, decisão cumprida, a premissa básica bem pensada e bem empregue, que visa estimular, na minha óptica todos nós a acreditarmos que tudo é possível basta a determinação, aliás já dizia Bem Stein que, o primeiro passo para conseguirmos o que queremos na vida, é decidirmos o que queremos. Daí que, a ser verdade este dizer no pensamento colectivo dos matolenses, faz se necessário um cumprimento do manifesto eleitoral por parte do executivo e claro uma colaboração mais efectiva dos munícipes. Vale citar aqui Chesterton, quando dizia que a idéia que não procura converter-se em palavra é má idéia, e a palavra que não procura converter-se em acção é uma má palavra.

Bernanos dizia que, os pobres têm o segredo da esperançaa, e nós sabemos esperar por algo melhor. Os mercados já estão a conhecer melhorias, quem diria que Madruga ficaria como está, apesar do mercado dos Santos continuar o que sempre foi, um verdadeiro caos lançado ao pobre cheio de esperanças. O mercado da Machava, está num bom caminho. Obrigado por isso, apesar de que as barracas continuam a proliferar as redondezas de algumas escolas como, Escola Primária do Lingamo, Escola Primária Completa de Patrice Lumumba, Escola Secundária da Machava Sede, só para citar alguns exemplos.

Vamos esperar que os problemas sejam resolvidos a médio prazo mas enquanto isso não acontece, vamos convivendo com o lixo biomédico nas vias ou a inalarmos o cheiro nauseabundo quando os poucos hospitais e clínicas, por falta de meios ou mesmo por desleixo, incineram o lixo hospitalar. Vamos até que a sorte nos caía às mãos, esperar que a cova de Infulene A, onde se deposita todo tipo de resíduos, seja encerrada de modo a preservar a vida dos nossos irmãos que por ali vivem. Não vou perguntar ao vereador do pelouro da salubridade, porque ele já me provou que da área pouco ou nada sabe, mas sim ao chefe do departamento do ambiente, qual é o papel do da Vereação de plantas e Lixo (Vereação de Salubridade, Jardins e Parques Municipais), no controlo da gestão do lixo que é produzido na cidade da Matola. E as casas de banho públicas que senhor vereador prometeu? Como vai aplicar multas aos fazem necessidades nas ruas, sei que esse era seu desejo.

No dia Internacional do Trabalhador, numa cerimónia pouco concorrida, o Sindicado dos 600 funcionários da autarquia, disse dentre várias coisas que não tinha acesso ao edil da Matola por culpa de uma vereação, o que frustrava suas tentativas de expor os problemas ao chefe máximo da Matola, isto causou espanto no edil da Matola e ele abriu ali mesmo na frente de todos as portas do seu gabinete dizendo: eu estou aberto para conversar com o Sindicato a qualquer momento, desde que os encontros não coincidam com os demais extremamente importantes. Vinha a superfície a minha professia, há no executivo matolense, amigos de Onça, putos que diferentemente do Carlos Tembe carregam na alma a ganância, não a Matola.

São estes putos que aproveitando-se da posição que Tembe lhes conferiu vão fazendo mini-campanhas para o próximo mandato, na esperança de aumentar o nível da imposição e exibição barata das suas paranóias. Meu amigo, Tuane, disse uma vez quando eu lhe falava dos movimentos que fazem campanha nos bastidores a nível da Matola, que: Melhor que Tembe só ele mesmo! Isto numa clara alusão de que os putos, estão a sonhar alto, e podem ficar frustrados, pior quando tivermos todos cadastros, que até agora andam a solta.

Tembe deu recado aos seus 600 trabalhadores até muitos que não estiveram na Praça dos Heróis na Matola 700, que há muitos faltosos e indisciplinados, o que faz com que de seis em seis meses, um funcionário seja expulso. Mas Tembe, como seu amigo, queria lhe dar um conselho, faça uma limpeza na vereação que cuida da terra também, há ali muitos amiguinhos de Onça, que mesmo depois de transferidos do posto administrativos da Machava onde reinavam, continuam a movimentar as suas células e fazem confusão ao novo e competente elenco de Joãozinho Langa.

Caro leitor, escrevi muito hoje e falei pouco porque, mesmo havendo vontade por parte da edilidade, nada será feito enquanto continuarem lá os ambiciosos, melhor descritos pelo meu ídolo, primeiro presidente da República, o saudoso Samora Moisés Machel. Queria apelar ao o edil, Doutor Carlos Filipe Tembe, que no seu bom senso, sua capacidade invejável de perceber as coisas, até aquelas do médio oriente, entenda esta posição como uma diferença na igualdade, de ver, estar e pensar e que como dizia Hebbard, o maior erro que um homem pode cometer é viver com medo de cometer erro.

Caro leitor, queria também apelar os meus, para que não aceitem manipulações de alguns funcionários intrusos nem estes dos corruptores; nunca comprem terrenos nem mesmo aos vereadores. Vamos Matola, mesmo inalando o mau cheiro das fábricas que pagam míseros salários aos nossos, continuar com esta alma do pobre cheia de esperanças, pois tal como dizia Martin Luther King, mesmo as noites totalmente sem estrelas, podem anunciar a aurora de uma grande realização.


*artigo publicado no semanario Magazine Independente na coluna Kabamwine

Foto tirada do site do Conselho Municipal da Matola
Lázaro Bamo

1 comentário:

Mabalane disse...

eu gostei desta "tribuna dos intelectuais" e acho que o Mr Bamo esta a caminho, por isso o chamo de grande filosofo.
ate por sempre ele foi minha fonte de inspiracao.
desde novo o admrei bastante, quando era jogador de futebol eu tambem era, quando era poeta eu tambem era, agora e jornalista tambem sou.
Espero com toda sinceridade que um dia sejas O EDIL DA MATOLA porque nos, matolenses, precisamos de pessoas capacitadas pra nos dirigir estamos fartos de assistir este bando de cobardes e corruptos poloticos mentirosos.
Enquanto isso vamos nos deliciando da sua voz no matolinhas, manha radiante e kumbulando.
ate sempre mano
Bamito, o puto