terça-feira, 29 de setembro de 2009

Paradoxos da Matola

Queria convidar Charles Darwin, para elucidar o diálogo de hoje com super-homem da Matola, El Poderoso, que disse uma vez e bem que, Se a miséria dos nossos pobres não é causada pelas leis da natureza, mas pelas nossas instituições, grande é a nossa culpa. Ai está, sua Excia., quem é o culpado pela miséria dos trabalhadores da instituição que o senhor dirige? É um facto que a massa laboral não anda contente pelas bandas da Autarquia da Matola, sente-se num autêntico regime de Tirania ( Tirania, é caracterizada pelas ameaças às liberdades individuais e colectivas. A moderna tirania é representada por políticos que não tendo mais o poder de matar ou mesmo prender o opositor, preferem usar métodos substituindo como processos judiciais por calúnia e difamação... O comportamento tirânico de um político muitas vezes pode ser visto pelo dinheiro gasto em publicidade governamental – in: http://pt.wikipedia.org/wiki/Tirania).

Primeiro: A massa laboral está desgastada com a nova filosofia, que não é nem tão pouco motivadora e não tem nada haver com nova “dinâmica”, o facto é que sua Excia., quando chegou ao poder, em menos de seis meses tratou de sanar sua fome e de seus seguidores directos ( vereadores, sem pasta nem competências), aumentando salário. E a massa laboral, os implementadores, a expectativa ficou gorada e lá veio a frustração. Um grande paradoxo para quem muito fala de contenção de custos, pois está mais do que claro que os gastos subiram, um cenário que as receitas não apresentam. O exemplo deste paradoxo é também o facto do edil ter reduzido em mais de 30%, o subsídio de comunicações dos técnicos superiores ( antes recebiam 600MT, agora recebem 400MT ), sob falso argumento de contenção de custos. Será este desconto que reforçou o salário dos vereadores e do super-homem? É paradoxal. Mais frustrante é o facto dos vereadores sem pasta usufruírem de um salário superior aos técnicos superiores da autarquia e outros funcionários com comprovada competência. Alguns vereadores, são tão básicos que mal sabem escrever, e se forem colocados na balança, com os técnicos sacrificados, alguns desses vereadores podem flutuar como pipocas. Para me provarem o contrário, coloque-os na balança. Vamos ao braço de ferro.

Dado que o maquiavelismo reina no corpo e na alma, pouco se importam com a vossa incompetência, mais importante é ser boss, ter carro e se piscar um pouco outras línguas, para ajudar o super-homem, tem direito a casa e ainda uma boa dúzia de palmadinhas nas costas, é só sacrificar algumas noites para traduzir, interpretar e a vida está andar. Ao frustrar a massa laboral, os quadros e técnicos da autarquia, corre-se o risco de revolta. Sei que já manifestou a humildade que vive em si, ainda que de criança, e reuniu-se com antigos quadros para pedir perdão, por ter em algum momento os humilhado. Faça o mesmo verá que só sairá a ganhar.

Os que lhe guarnecem, estão zangados, a Polícia Municipal diz que o efectivo alocado, aos locais onde super-homem acha que devem guarnecer, é muito e isso acaba criando défice noutros locais. De antes não era assim, será que a cidade está tão violenta? Mas não vão dizer, a não ser que depois de ler este texto sejam convocados para um sermão por me terem confidenciado a sua frustração. Eles dizem apenas que há sérios problemas de racionalização da força, porque super-homem, adora escolta e guarnição. Alguns perderam emprego pura e simplesmente porque não agradaram ao super-homem, foram dispensados de forma humilhante, alguns que sentem sua vida amputada, já estão a mover processos nos tribunais, mais tempo menos tempo, no banco dos réus o super-homem poderá se explicar e prestar contas pela tirania. Será possível tanta polémica em menos de um ano? E daqui a 1 ano que será da cidade? Ficam no ar estas inquietações, movidas apenas pelo alto sentido de cidadania.

Segundo: se o super-homem é apreciador da música ligeira moçambicana conheceu Eugênio Mucavel, já falecido, vivia no bairro Patrice Lumumba, um verdadeiro cantor e compositor, uma das músicas populares da sua autoria é Patrão, nesta música ele suplica ao seu patrão para que o dê salário, pois receia ele que, sua família morra a fome. Bom, muitos trabalhadores da edilidade cantaram efusivamente esta música no fim de semana. Na terça-feira da semana passada, deu entrada no gabinete do super-homem, toda documentação para que os trabalhadores tivessem salário a tempo e hora de passar o fim de semana prolongado e festivo sem dificuldades, mas porque o edil advoga o ditado segundo o qual, a tristeza de alguns é alegria dos outros, pouco se importou, ignorou os documentos e foi ao fim de semana prolongado. Na sua casa nada falta, dizem que é incrível a flexibilidade com que despacha os assuntos que tem haver com as despesas da residência oficial, onde será inquilino por mais 4 anos e mais alguns meses. Os trabalhadores ficaram frustrados, como ficaria qualquer cidadão comum. Segunda-feira, chegou o salário, muitos já se tinham endividado para que não faltasse pão lá em casa. Mas a frustração aumentou mais. Dizem que é sempre assim, quando se trata de pagar os outros a mão de super-homem parece de Vaca, é tão dura que prefere ignorar os mais elementares direitos das pessoas.

PS: O cofre do banco contém apenas dinheiro. Frustar-se-á quem pensar que nele encontrará riqueza -Carlos Drummond

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

País do medo

Embalado na trsiteza de viver num país,
Ou se calhar na ópitica de Manguana, um sítio
Vou ejaculando no dia a dia meu descontentamento
Perante esta inverosimil cobardia do meu tempo

Camunflar-me poeta, é uma loucura que só teve vasão em Craveirinha
Nestes tempos é só comprar pomada e cuidar dos tiganás dos chefes;
Vestir a capa de crítico, é condenar-se a ter a morte que teve Sócrates
Se meus versos rimam ou não, meu conteúdo é erva daninha

Tenho medo e receio de viver neste país
Onde muitos sistemas vivem num sistema
E bufaria é o segredo do sucesso

Escreveu e disse bem Rui Ligeiro sobre país do medo
Confesso, que mil vezes a sicuta que viver como puxa saco
Acredito na mudança e meu filho viverá esse mundo
Com o qual tanto sonho

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Um génio chamado nhancale

Diz uma adágio popular que, « Abençoado aquele cuja fama não brilha mais que a sua verdade», não quero meu corpo brilhante, não quero meu rosto como ouro sobre o azul, o mais importante é partilhar com os demais, aquilo que considero verdade, respeitando para o efeito a relatividade que sempre perseguiu a verdade. Triste para mim é quando alguém ousa, em pleno século XXI, anunciar verdades formais, que servem para fazer o boi dormir. Quando questiono essas verdades, sou tido como o apóstolo da desgraça. Só mesmo um génio para tanta ousadia.

Em nenhum momento, meu caro, poderei citar nomes de descontentes pois estes não cabem no Mito da Caverna, mesmo de coubessem não o faria por uma questão de bom senso e protecção da vida e do ganha-pão destes. O discurso neste momento é de que, fale quem quiser falar mas daqui ninguém nos tira, pode até ser verdade, pode sim porque vos alegra serem maus servidores da pátria, vos alegra manchar o partido que vos deu a faca e o queijo, mas não se esqueçam de que vivem numa cidade, num país, onde o povo tem poder, tem força, e a vossa vez irá chegar.

Quantos munícipes não vivem um sentimento de arrependimento neste momento? As promessas não foram feitas ao autor destas linhas como pacato cidadão apenas, como integrante desta cidade, mas acima de tudo para o povo matolense a maioria. O autor destas linhas não ocupa dois espaços ao mesmo tempo, não tenciona contrariar a Física, mas as reclamações vem de tudo quanto é canto, e todos são unânimes em afirmar que: a Matola parou. A Matola ainda vai permanecer estagnada, o seu edil parte para mais uma jornada de demagogia, vai fazer campanha para o seu partido, irá passar por onde passou antes das eleições autárquicas a pedir voto, desta vez não para ele, mas para seu chefe.

Ele irá anunciar os ideais políticos, que como disse Giovanni Sartori (cientista político italiano especializado no estudo da política comparada), não estão para ser convertidos em realidade mas sim para serem desafiados, sua concretização não passa de uma miragem, um sonho. Atenção camarada, seu portador de mensagem pode não ser um canal correcto e o impacto do facto dele ser mau exemplo neste momento, pode ser muito fatal.

Muitos matolenses perderam confiança que nunca ganharam do seu edil, e os preconceitos em relação a imagem deste, podem ter um impacto negativo sobre o comportamento do eleitorado, e aí quem vai perder? Perder não é não ganhar, perder é não alcançar as metas, sentir que a batalha foi madrasta. Isso sim, é perder.

Que promessas irá o edil fazer, de certeza são promessas macro que é o tamanho do escrutínio de Outubro, mas se até as micro promessas não tem capacidade de concretizá-las que será dos desafios que será encarregue de anunciar? Posso estar errado, mas enquanto não me provarem o contrário, não irei mudar de posição. Quem pede energia eléctrica em Khongolote, Intaka, Matola Gare, Matlemele, Nkobe, etc., são os munícipes.



Quem quer estradas melhoradas conforme as promessas, Pontecas para atravessar o rio Mulaúze etc. , é o povo, aliás porque não compensar o povo também da mesma forma como estão a compensar os canais que vos levaram até aí. Mas não é só o povo que está a ser traído, algumas caras bonitas que ajudaram a polir a imagem do edil para que assim fosse, estão na rua de amargura, e a boca está no trombone. Estão fora do controle do edil, e assim fica mais complicado. Um conselho de um pacato cidadão, procure reverter o cenário com base no diálogo sincero, pois como dizia Dom Bosco, O mundo é um espelho: se sorrires para ele, ele sorrirá para ti.

Há uma canal de drenagem de dinheiro vestido a concurso público e transparência, mas na hora da inspecção, seria bom questionar-se aquilo que meu professor de estatística me ensinou que era moda. (Em estatística descritiva, a moda é o valor que detém o maior número de observações, ou seja, o valor ou valores mais frequentes. Ex.: A moda de maçã, maçã, banana, laranja, laranja, laranja, pêssego, é laranja porque laranja aparece mais vezes que as outras frutas). Esta moda tem um antecedente muito forte na conspiração, e talvez esta seja a forma de compensação. Sorria, mas esta é verdade, e Sua Excia sabe do que se trata.

Ilustre, Deus coroa não os teus méritos mas os Seus dons, como dizia e muito bem santo Agostinho, crie espaço para trabalho não apenas para si mas para os seus secretários, seus sequazes eles podem até ter capacidade mas ela precisa de ser moldada, o que só é possível se tiverem competências. Não se orgulhe por estar ladeado de yes men, eles passam a vida a ti bajular, ofuscam seu dom ( se é que possui, se possui está numa fase embrionária) porque tentam te fazer crer que suas acções estão empanturradas de mérito.

Não quero contrariar os Gregos, eles tiveram o mérito de inventar a roda, e ao basear-me em pensamentos de grandes homens, é apenas para lhe dar a ideia de quanto o senhor está a margem dos homens queridos, venerados e adorados pelo povo, pois como dizia, James Allen, Os bons pensamentos produzem bons frutos, os maus pensamentos produzem maus frutos. . . e o homem é seu próprio jardineiro.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

El Fora da lei

Já não basta o facto do elenco de arão nhacale ter provado com a+b que em matéria de governação pouco ou nada sabe, que goza de uma invejável ignorância em matérias de gestão do bem público. Na semana passada estivemos falar de incompetência patológica, esta semana, queremos partilhar as tristes lições de ilegalidades na Matola.

Falamos do salário ilegal que nhancale e seus vereadores usufruem, uma remuneração que até semana passada não havia sido aprovada pela Assembleia Municipal, como forma de passar um paninho quente, o edil na sessão da semana passada anunciou aumento para os membros da Assembleia, que já reclamavam também este direito. A condição da negociação foi que aquele órgão devia aprovar o aumento salarial do edil e seus sequazes, e para compensar os membros teriam também aumento com efeitos retroactivos. Que palhaçada. A verdade é que o salário de todos foi aprovado, a edilidade e a casa do povo estão em pé de igualdade. Isto tudo para contornar uma possível devolução dos valores sacados dos cofres ilegalmente. Em suma houve roubo, passando-se perna a lei.

É triste correrem para o aumento salarial quando as receitas do Município estão em queda livre, como aliás, Samo Gudo denunciou na última sessão da Assembleia Municipal, e todos concordaram que a oposição tinha razão. Na mesma sessão, o edil apresentou a II Revisão Orçamental em menos de um ano, uma proposta que foi surpresa para Frelimo, pois o edil gazetou o encontro de discussão a nível dos camaradas e surpreendeu a tudo e todos com o documento. Resultado, a própria bancada dos camaradas está alheia a segunda revisão. O órgão de tutela deve acautelar a aprovação das contas de El Fora da lei, sob risco de entrar neste círculo viciado de ilegalidades e aberrações.

Olhando para o Artigo 4, alínea a) conjugado com o Artigo 9, n.3 da Lei 1/2008 de 16 de Janeiro, constatamos que segundo o primeiro ha uma obrigatoriedade de publicação do orçamento em Boletim da República e o segundo fala das garantias dos contribuintes em não pagarem impostos que não tenham sido afixados de acordo com a lei. Como falar de orçamento da autarquia se este não consta no B.R, os impostos que os munícipes pagam não estão em B.R, portanto são ilegais. Ilegal é também o facto dos nossos nobres dirigentes da autarquia não terem feito declaração dos seus bens apesar da lei exigir que o façam até pelo menos 30 dias depois da tomada de posse, passam hoje seis meses e nada.

Apelo aos juristas lúcidos para que façam uma introspecção na autarquia, que salvem a Matola, pois a continuar-se neste ritmos, por ignorância os nossos dirigentes podem responder por crimes públicos. Divulguem as leis, principalmente a Lei da Violência Doméstica, porque parece que os modus vivendi e operandi domésticos destes senhores se espelham no seu quotidiano, no seu desempenho na autarquia.

Durante dez anos a Matola teve um crescimento qualitativo de quadros, mas quando mudaram os tempos, e obviamente para o pior, os quadros que nos custaram impostos foram marginalizados em nome de nova dinâmica, uma dinâmica que culminou com facto inédito e vergonhoso, isto é, em seis meses, um vereador pediu demissão, um foi exonerado, e a do lixo vem ai, pois dizem as bocas ser a próxima vítima, e um incompetente, vai vestir a capa de vereador, dizem até que já se acha, a ele desejamos boa sorte, boa viagem a sarjeta. Em jeito de arrependimento e com falta de vergonha, o edil convida agora alguns antigos vereadores para vestirem a capa de directores, por mim não aceitavam porque já foram humilhados demais. O edil está a procura de vítimas e vai apanhar, segurem os vossos estômagos e não acatem com os convites, são presentes envenenados.

Os camaradas estão arrependidos, tal como o povo, isto é todos nós estamos mergulhados neste sentimento e somos obrigados a discordar com o pensamento segundo o qual, nunca nos podemos arrepender por ter feito algo mas por não ter feito nada e concordamos a Madre Teresa de Calcutá quando diz que, quem não vive para servir não serve para viver. Portanto estes senhores que escolhemos não servem para viver.

Atenção Khongolote, 1º de Maio, Dhlavela, Intaka e todos aqueles que viam uma salvação na estrada Zona Verde Khongolote, o discurso mudou o projecto está em banho-maria, e não é para já. O edil vos prometeu e nós testemunhamos, mas já não tem coragem de vir dizer que o que disse era mentira. Perdoem-no não sabe o que diz muito menos o que faz.