Exilado algures onde sou privado das mais elementares condições para uma condigna vida de um cidadão, vou desabafando com meus vizinhos e amigos, a cada de dia que passa descontentes e revoltados. Uma pessoa mantém se viva na mente destas pessoas, Carlos Tembe, não que elas sejam saudosistas ou coisa assim, mas sentem que a Matola foi entregue à sua sorte. Reclamam, falam, gritam, mas ninguém leva a peito o que dizem, são ignorados. As pessoas dizem e são unânimes, que as primárias é que definiram mal o destino desta cidade, se ao menos tivessem tido oportunidade para falar e escolher nas primárias, o destino seria outro, talvez pior mas neste momento existe optimismo, nada seria pior que o que se vive. Por uma questão de disciplina partidária, não traíram as suas cores, mas sem se aperceber, entregaram ouro ao bandido. Isto é resultado de uma conspiração secular, que baseada no fundamento de que na guerra nenhuma arma é proibida, os abutres açambarcaram a cidade, tiraram-na do coração ao bolso.
Vários grupos de mercenários bastante perigosos, estiveram envolvidos na disputa pelo bolo, mas por uma questão de lógica, a Matola caiu nas mãos de um dos grupos de meliantes a solta, disfarçados de compatriotas e homens da mesma causa que a nossa, não nos enganem. Sobre conspiração reservarei um momento, enquanto não for abocanhado por eles. Adenda : ao leres este artigo, ó abutre, diga a si se estou a mentir, não me telefona porque sabes do que estou a falar. Quando nos encontrarmos não disfarça, não acena a mão, seu cinismo nunca me colonizou.
Directo ao assunto: É triste mas tenho que reconhecer que as coisas não andam bem na nossa cidade, e não me agrada como munícipe ver o barco a deriva. Estamos numa nova era, novo elenco e nova filosofia, e não acredito que a dissonância que vivemos tenha haver com este facto, porque se soubéssemos estar como os outros, ninguém notaria nossos problemas domésticos, mas o cenário é simplesmente lamentável.
Porquê agora a mudança de prioridades, se prometeram continuar com o trabalho que vinha sendo desenvolvido, porquê é que agora o discurso já não é o mesmo, nós não temos nada haver com as vossas assombrações, vejam e sigam exemplos como da cidade capital Maputo, que na base da continuidade vai assegurando aos munícipes que nada está perdido e que a coesão continua, mas vocês ainda querem inventar a roda em pleno século XXI quando os gregos já o fizeram a muito.
Não reprovo o vosso trabalho mas se hoje saírem a rua perguntarem a um munícipe o que acha da Matola hoje, certamente a resposta poderia vos levar a reconsiderar as vossas posições, caso sejam humildes. Não estou contra ninguém, apenas não quero ser cobarde, é pela amizade que estabeleço este meio de diálogo. Se ontem a Matola era unida do topo a base e vice versa, hoje já não se pode dizer a mesma coisa, não são invenções, conversem com o povo, por quem dizem se preocupar e que estão a servir.
A Av. Josina Machel, a estrada que parte da zona da Coca Cola até Socimol está um caos, ninguém diz nada, aliás parece que o silêncio é o vosso discurso, o mesmo silêncio acontece nos resultados, vão recebendo cartolinas amarelas, mais dias menos dias, os impedimentos legais, tanto esperados pelos funcionários desapontados e frustrados e muitos munícipes, poderão ditar novas regras de jogo. Um grupo de pessoas não identificadas esteve a fazer emendas na estrada, a esperaça era de melhorias, mas criaram crateras que pioraram o estado da via. O pacato cidadão é obrigado a sacrificar sua viatura todos dias, os transportadores semi – colectivos de passageiros desertam porque não tem dinheiro para mandar os carros a manutenção quase que diariamente.
Estou a falar desta estrada mas podia falar da estrada velha, sem deixar de lado o facto de proliferarem as bermas das estradas com barracas ( vocês é que atribuem licenças), lixo e as demais aberrações. A Força Municipal está frustrada com a forma como está a ser gerida, como está a usada e abusada, guarnecendo locais e pessoas que fazem parte do menu dos vossos caprichos. Adenda: por favor, deixa os homens em paz, não foram eles que me disseram. Os funcionários são improdutivos, estão a disertar porque muitos estão a ser caçados como gazelas, temem ser abocanhados e asteados na praça como delapidadores e vendedores de terra. Chegar-se ao extremo de criar descontentamento até no empresariado, é o cúmulo. Enfim é o preço da conspiração, da chegada forçada ao poder.
Os conflitos inter pessoais já estão a ultrapassar as medidas e os matolenses estão a ser vitimas disso, resultado, planos e estratégias falhadas porque os dirigentes e funcionários do município não comungam mesmos ideais. Se estou a mentir podem provar, a minha tese sustenta-se nos desabafos feitos nos bastidores. Adenda: não direi os nomes até que mandes embora a todos e fiques sozinho, a desempenhar todas tarefas e funções.
Os Matolenses estão a cobrar trabalho, porque sentem que a cidade parou, sob argumento de arrumação da casa, mas parece que o que está a acontecer é outra coisa diferente da arrumação. Não tapemos o sol com a peneira, os funcionários da autarquia estão descontentes, frustrados e inseguros, pois sentem que há uma gestão de policiamento, o que não ajuda os recursos humanos. Mudanças de uma máquina governativa meus caros, é algo muito complexo que não pode ser feito a velocidade da luz, sob risco de se perder o norte como é o caso. Ainda vão a tempo de ganhar confiança, é só buscar lições de humildade.
Não nos levem a subscrever o pensamento de Edmund Burke segundo o qual quanto maior o poder, maior o perigo de abuso. Meus caros o maior património de uma nação é o espírito de luta de seu povo e a maior ameaça para uma nação é a desagregação desse espírito, vejam para onde leva a coesão social na Matola.
Adenda: não sou frustrado, reconquistei a minha liberdade, leite derramado não se recupera, mas os matolenses saberão a génese deste inferno que vivem hoje.
1 comentário:
Já agora, porque é que a vereação de construção, urbanização fez um STOP no tratamento de processos q vão lá dar desde a tomada de posse?
Enviar um comentário