quarta-feira, 27 de junho de 2007

Os meus contemporâneos

Estamos na fase dos trinta e dois anos, que custaram sangue e lágrimas dos homens, nossos heróis, isso é inegável. Temos espaço, tempo e condições mínimas para escrever a nossa história, que não se resume nos 32 anos da Independência Nacional, nem aos quinhentos anos da dominação colonial, mas a todo um tempo e espaço que sempre caracterizaram o nosso País.


Colonização, Independência, guerra dos civil, acordo geral de paz, entre outras, são fases da nossa história, o que não quer dizer meros acontecimentos. Sugiro o uso da técnica de datação pelo carbono 14, para que possamos questionar as nossas fontes e obtermos informações do que aconteceu a milhões de anos.


Não se trata de negar a história que nos guia hoje, mas uma atitude baseada nas lições bem aprendidas do que herdamos, para alcançar outros horizontes, que com espirito investigativo iremos alcançar.

terça-feira, 12 de junho de 2007

A Matola no século das luzes utópicas*

Dizia Miguel Cervantes, que a verdade alivia mais do que magoa. E estará sempre acima de qualquer falsidade como o óleo sobre a água. Este postulado é mais pura verdade e demonstra o quanto a lógica de ser e estar, é capaz de transparecer todo tipo de maquiavelismo implícito que ainda reina em algumas mentes. Este olhar não pode ser visto como ataque pessoal (meu professor de filosofia disse que isso era um argumento falacioso), ou como ataque á ideologias muito menos apoio a estas, mas sim, um meio-termo entre o justo e o correcto. Este olhar não passivo mas susceptível de aplausos e irritações vai para aquilo que eu chamaria de má aplicabilidade da ideologia. Porquê não sei. Talvez seja a soberania obscura da demagogia, do maquiavelismo implícito.

Decisão tomada, decisão cumprida, a premissa básica bem pensada e bem empregue, que visa estimular, na minha óptica todos nós a acreditarmos que tudo é possível basta a determinação, aliás já dizia Bem Stein que, o primeiro passo para conseguirmos o que queremos na vida, é decidirmos o que queremos. Daí que, a ser verdade este dizer no pensamento colectivo dos matolenses, faz se necessário um cumprimento do manifesto eleitoral por parte do executivo e claro uma colaboração mais efectiva dos munícipes. Vale citar aqui Chesterton, quando dizia que a idéia que não procura converter-se em palavra é má idéia, e a palavra que não procura converter-se em acção é uma má palavra.

Bernanos dizia que, os pobres têm o segredo da esperançaa, e nós sabemos esperar por algo melhor. Os mercados já estão a conhecer melhorias, quem diria que Madruga ficaria como está, apesar do mercado dos Santos continuar o que sempre foi, um verdadeiro caos lançado ao pobre cheio de esperanças. O mercado da Machava, está num bom caminho. Obrigado por isso, apesar de que as barracas continuam a proliferar as redondezas de algumas escolas como, Escola Primária do Lingamo, Escola Primária Completa de Patrice Lumumba, Escola Secundária da Machava Sede, só para citar alguns exemplos.

Vamos esperar que os problemas sejam resolvidos a médio prazo mas enquanto isso não acontece, vamos convivendo com o lixo biomédico nas vias ou a inalarmos o cheiro nauseabundo quando os poucos hospitais e clínicas, por falta de meios ou mesmo por desleixo, incineram o lixo hospitalar. Vamos até que a sorte nos caía às mãos, esperar que a cova de Infulene A, onde se deposita todo tipo de resíduos, seja encerrada de modo a preservar a vida dos nossos irmãos que por ali vivem. Não vou perguntar ao vereador do pelouro da salubridade, porque ele já me provou que da área pouco ou nada sabe, mas sim ao chefe do departamento do ambiente, qual é o papel do da Vereação de plantas e Lixo (Vereação de Salubridade, Jardins e Parques Municipais), no controlo da gestão do lixo que é produzido na cidade da Matola. E as casas de banho públicas que senhor vereador prometeu? Como vai aplicar multas aos fazem necessidades nas ruas, sei que esse era seu desejo.

No dia Internacional do Trabalhador, numa cerimónia pouco concorrida, o Sindicado dos 600 funcionários da autarquia, disse dentre várias coisas que não tinha acesso ao edil da Matola por culpa de uma vereação, o que frustrava suas tentativas de expor os problemas ao chefe máximo da Matola, isto causou espanto no edil da Matola e ele abriu ali mesmo na frente de todos as portas do seu gabinete dizendo: eu estou aberto para conversar com o Sindicato a qualquer momento, desde que os encontros não coincidam com os demais extremamente importantes. Vinha a superfície a minha professia, há no executivo matolense, amigos de Onça, putos que diferentemente do Carlos Tembe carregam na alma a ganância, não a Matola.

São estes putos que aproveitando-se da posição que Tembe lhes conferiu vão fazendo mini-campanhas para o próximo mandato, na esperança de aumentar o nível da imposição e exibição barata das suas paranóias. Meu amigo, Tuane, disse uma vez quando eu lhe falava dos movimentos que fazem campanha nos bastidores a nível da Matola, que: Melhor que Tembe só ele mesmo! Isto numa clara alusão de que os putos, estão a sonhar alto, e podem ficar frustrados, pior quando tivermos todos cadastros, que até agora andam a solta.

Tembe deu recado aos seus 600 trabalhadores até muitos que não estiveram na Praça dos Heróis na Matola 700, que há muitos faltosos e indisciplinados, o que faz com que de seis em seis meses, um funcionário seja expulso. Mas Tembe, como seu amigo, queria lhe dar um conselho, faça uma limpeza na vereação que cuida da terra também, há ali muitos amiguinhos de Onça, que mesmo depois de transferidos do posto administrativos da Machava onde reinavam, continuam a movimentar as suas células e fazem confusão ao novo e competente elenco de Joãozinho Langa.

Caro leitor, escrevi muito hoje e falei pouco porque, mesmo havendo vontade por parte da edilidade, nada será feito enquanto continuarem lá os ambiciosos, melhor descritos pelo meu ídolo, primeiro presidente da República, o saudoso Samora Moisés Machel. Queria apelar ao o edil, Doutor Carlos Filipe Tembe, que no seu bom senso, sua capacidade invejável de perceber as coisas, até aquelas do médio oriente, entenda esta posição como uma diferença na igualdade, de ver, estar e pensar e que como dizia Hebbard, o maior erro que um homem pode cometer é viver com medo de cometer erro.

Caro leitor, queria também apelar os meus, para que não aceitem manipulações de alguns funcionários intrusos nem estes dos corruptores; nunca comprem terrenos nem mesmo aos vereadores. Vamos Matola, mesmo inalando o mau cheiro das fábricas que pagam míseros salários aos nossos, continuar com esta alma do pobre cheia de esperanças, pois tal como dizia Martin Luther King, mesmo as noites totalmente sem estrelas, podem anunciar a aurora de uma grande realização.


*artigo publicado no semanario Magazine Independente na coluna Kabamwine

Foto tirada do site do Conselho Municipal da Matola
Lázaro Bamo

As idéias da discórdia

A verdade surge num impasse entre duas idéias antagónicas, dizia Karl Bath, e a nossa sociedade deve assumir isso como um dever para todos animais politicos (homem). Sei que nunca ninguém vai concordar com o que não lhe convém ou poe em jogo o seus status, aliás Aristóteles já dizia que as convicções são prisões.

Queria pedir aos meus, que do mesmo jeito como denuncio as minhas idéias, como reflexões ou pensamentos da discórdia, nunca aventurem ou everedem por este caminho. A Violeta sei que tem talento para outras áreas mas o David não sei se vai continuar a seguir este meu passo da discórdia ou será o que convém aos homens que não sendo filósofos vão desempenhando funções que se estivessémos no Hiperurâneo Platão só podia conferir aos virtuosos.

Agora nem a tentativa de buscar a verdade muito menos a minha temosia tem espaço para este mundo, mudo, surdo, cego. Acho que estou louco..........vou ao médico pedir para ele me internar, a única liberdade que tenho é de ser louco.

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Os bufos da nossa Matola

Presta o ouvido a todos, e a poucos a voz. Ouve as censuras dos demais mas reserve a tua própria opinião ( in William Shakespeare). Não vim queixar porque sei de que seria em vão; não vim cimentar inimizades ou amizades porque sei de que temos conceitos contrários e contraditórios sobre amizade, pois enquanto eu percebo a diferença como estímulo da parceria ou amizade, os bufos e tantos outros, olham para amizade como visão-gêmea sobre os factos sociais.

Alguns bufos metem água, como se diz. Por causa do positivismo vão me pedir provas, mas quero falar de uma clarividência, que aliás é alimentada pelas contradições de alguns agentes da PRM-Maputo. Queria convidar aos bufos a viajar como Charles Colton, que dizia e com razão que, a má informação é mais desesperadora que a falta de informação.

Não me julguem na perspectiva do positivismo de August Comte, mas uma vez fiquei surpreso quando cheguei a uma esquadra, e um agente da PRM acabava de sair de uma das salas onde teria estado com uma parceira a cumprir deveres que só desejo sexual pode explicar. Aliás, chamo atenção aos que parqueiam carros nas esquadras e deixam lá chaves, os vossos carros são transformados em quartos de casas nocturnas.

Os bufos são vulneráveis, pois há falta de recursos, mas até ao ponto de venderem celulares que recuperam dos assaltantes, é vergonhoso. Sei que os ladrões agora quando são pegues querem ser levados á esquadra, porque sabem de que lá é fácil fugir da justiça. A polícia deve buscar dignidade, pois ser pobre humilde é melhor que ser rico abutre, que as custas do sofrimento dos humildes e da impunidade de malfeitores, passa os melhores dias ao lado do bem que vem do mal.

Lado a lado bufos e polícia camarária sem políticas claras do seu regimento, está-se a formal verdadeiras quadrilhas, que ameaçam a estabilidade dos Matolenses. O follow Up das questões ligadas a criminalidade é limitado por respostas como: estamos a trabalhar no assunto ou deixem a policia trabalhar.

A todos bufos intrusos, aliás sei que existem os bons e os gentios, peço para compartilharem comigo o pensamento de Sócrates segundo o qual, é pior cometer uma injustiça do que sofrê-la, porque quem a comete transforma-se num injusto e quem a sofre não.

Minha geração no banco dos réus

Hoje fala-se das alteraçoes climáticas, desflorestamento, aumento do nivel das águas dos mares, nas próximas gerações de que se vai falar? Se hoje vivemos uma crise da ética ecológica, que viverão as gerações vindouras? Claro se o cenário não mudar elas vão herdar o silêncio, e lá estarémos nós, a geração culpada sem advogados de defesa a responder pelos crimes de desleixo e egoísmo. O silêncio vai ser a prova do crime, a falta de água potável, as temperaturas insuportáveis, inexistência da vegetação, o desaparecimento de espécies animais e vegetais serão testemunhas no processo e o juíz do da causa irá ler a senteça diante da nossa vergonha.

Ele irá informar o percurso da cumplicidade da nossa geração, a geração culpada, pois na década de 60, dizem os ambientalistas, os problemas ambientais eram percebidos como resultante de uma “crise de participação”. Na década de 70 passa a ser de uma “crise de sobrevivência”. A partir da década de 80, até aos nossos dias, a questão é marcada por aquilo que se considera como um sintoma de uma “crise cultural” ou “crise de civilização”. O juíz não vai poupar o facto de nós termos apoiado o antropocentrismo da idade moderna, baseado no postulado cartesiano, Penso logo existo, que relegava para o segundo plano as questões fora do homem. Bom ainda que com apelo da Antropologia Filófica, que sugere uma visão do tipo, Penso logo o outro existe, nós perdemos a oportunidade para superar a ética de valores materialistas e a racionalidade instrumental que construíram a Modernidade.

Nossa geração no banco dos réus irá ficar de boca aberta ainda que com lágrimas no rosto, pensamento e sentimento de arrependimento, será tarde. Aí sim, o juíz vai dar a palavra para auto defesa. Os mais teimosos irão procurar explicar o sucedido, dirão que foi herança doutros tempos que lhes antecederam, mas como o juíz do tribunal já me disse, numa das noites, ele vai perguntar porquê a minha geração ergueu casas nas barreiras, nas dunas primárias; porquê minha geração cortou e vendeu madeira sem reposição; porquê minha geração colocou indústrias poluidoras; vai perguntar aos jornalistas porque relegaram para o segundo plano a questão ambiental, porque no dia do debate sobre as mudanças climáticas um politico tinha algo a dizer a sociedade.

O advogado das gerações vindouras irá citar o livro de Génese, onde podemos ler: Deus disse: Façamos o ser humano à nossa imagem, à nossa semelhança, para que domine sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos e sobre todos os répteis que rastejam pela terra. E irá muito mais longe afirmando que ambientalistas como Lynn White, já diziam que se é verdade que o dualismo entre homem e natureza encontra seus fundamentos no cristianismo, não será menos verdade que a superação da desordem da terra implica não só mudanças nos paradigmas da ciência, como uma revisão na matriz dominante da teologia cristã. Foi o cristianismo na Idade Média que serviu o projecto da Modernidade, pois possibilitou a junção moderna entre a ciência e a tecnologia, e resultando são os riscos globais da crise ambiental presente na Actualidade.

Ele dirá que, o cristianismo, misturado muitas vezes com interesses imperialistas, moldou a pessoa humana como senhor e dono da natureza, ele manda, ordena e coordena, desde a idade média. Ele irá acusar a geração culpada de cumplicidade e negligência, pois ao aceitarmos os modus vivendi e operandi da modernidade, ignoramos o caminho para terra prometida, ignoramos religiões tradicionais, que concebem a natureza como uma forma de expressão do divino e lar dos deuses, o santuário da divindade criada para ser adorada e não destruída.

Irá questionar porque é que lemos o Gênesis na perpectiva egoísta do homem, que centra o domínio sobre todo o resto nele mesmo, e não lemos o livro sagrado como um mecanismo que estabelece amor entre a pessoa humana e os demais seres. Aí sim irémos baixar as cabeças e procurar refúgio na vergonha, no medo e entre os bancos que vão suportar durante o julgamento, os nossos espíritos vazios.

Quando chegar a vez da leitura da senteça, o tribunal irá ser assaltado por gritos de desespero, arrependimento tardio e as lágrimas de crocodilo vão inundar a sala do julgamento. Serémos atirados nas pucilgas como couve, cenouras e serémos devorados pelos porcos.

Os que vão testemunhar o julgamento e o nosso fim, não terão água para preparar o chá nas cerimónias, não terão flores naturais para depositar nas nossas campas. Eles vão viver do artificial, num mundo de altas temperaturas, não conhecerão a Jambila, Umbila, Chafuta, Jatrofa muito menos os Dungongos e outras especies animais.

Ainda vamos a tempo de mudar o cenário, recontruir o jardim do Éden a maneira contemporânea, aliás já dizia Martin Luther King que mesmo as noites totalmente sem estrelas podem anunciar a aurora de uma grande realização.

Feliz mês do Ambiente

Lázaro Bamo