terça-feira, 25 de agosto de 2009

Quando a incompetência vira patologia

Numa definição rápida, Incompetência significa inabilidade de alguém de desempenhar adequadamente uma determinada tarefa ou missão, e Patologia está associada as reacções básicas das células e tecidos a estímulos anormais provocados pelas doenças. Em suma, o que pretendo dizer aqui é que a incompetência que reina na direcção máxima da autarquia da Matola pode estar aliada a uma doença, o mais provável, uma doença mental. Não chamo aqui ninguém de demente ou coisa assim, mas um estudo científico e uma análise clínica pode ajudar a omitir uma opinião acabada. Mas enquanto isto não for feito minha dúvida metódica prevalece.

Queria saudar a ironia que o vereador da juventude me mandou em formato de mensagem s.m.s., felicitando-me pelo texto. Jovem que é, devia saber que o que eu escrevi semana passada, foi um artigo de opinião e não reportagem, isto por lado, por outro, pouco a mim importa se o seu chefe, seus colegas gostaram ou não do artigo, o mais importante é que emiti a minha humilde opinião, e a Constituição da República, a lei mãe me reserva esse direito. E por último, saiba que cajú maduro cai sozinho e se vai ou não até ao fim do mandato, pouco importa, pois quem está perder sono pensado como camuflar a incompetência diária é o senhor.

Directo ao assunto: Queria partilhar com os leitores ( não abutres) uma premissa que pode estar por detrás da estagnação da cidade da Matola, é que os mais velhos lembram-se que em tempos o país teve ministros e governadores sem pasta, a Matola agora está a repetir a história, isto é, os vereadores de Arão Nhancale não tem pasta, não tem competências, são personagens figurantes, na verdade, o súper homem é o edil.

Meus caros, como pode avançar a Matola se os ministros de nhancale ( entenda-se ministros como vereadores ) nada podem decidir nos seus pelouros? Em nome de dinamismo, novas apostas, no dia 5 de Fevereiro, Nhancale apresentou novas caras, mas de lá para cá são decepções atrás de decepções.

Três vereações chaves estão nas mãos de assessores fantasmas. A Vereação para Administração Municipal e Desenvolvimento Institucional, perdeu vereador no dia 5 de Fevereiro, o argumento era de que ainda se estava a procura de alguém, o tempo foi passando e agora em círculos restritos o argumento do vazio é que uma vez jurista, o edil conhece a área e facilmente pode manipular, isto cheira a ovo podre. Este argumento é falacioso na medida em que, não basta ser jurista para se ser bom gestor de recursos humanos e da administração da autarquia, o resultado é a fuga maciça de quadros, quadros estes que o edil a todo custo os bloqueia de seguir em frente negando com as guias, exigindo que vão para o seu gabinete ajoelhar. Numa dessas vezes o governo provincial teve que intervir, para colocar ordem naquela cidade, que virou um verdadeiro rio onde se pratica pesca de homens. Uma vez mais, uma nódoa na camisa branca da FRELIMO e o arrependimento está ai.

Outra vereação entregue á sua sorte é das Finanças e Património, desde que Fernando Assona, pediu demissão fala-se de uma assessora, que ajuda Nhancale, e uma vez jurista o edil também conhece as contas, aliás já dizia, Boaventura Sousa Santos, sociólogo português, na obra Introdução a uma Ciência Pós-Moderna, que as ciências exactas estão em vias de se tornar ciências sociais. A verdade é que muito dinheiro entrou nos cofres do município no mês de julho, mas não há registo de despesas relevantes. Não se é bom gestor por acumular dinheiro, é preciso usar para mostrar competência, mas dado que a incompetência virou patologia e tudo está concentrado no super-homem, nada é feito. Esta é uma área chave de tal forma que, é preciso ter alguém a tempo inteiro a responder por ela, pois o super-homem anda preocupado e bastante ocupado com a caça de homens, e isto de nada ajuda no desenvolvimento da autarquia. Adenda: super-homem, na prosperidade o homem esquece aquilo que é, não se deixe enganar.

Existe na Matola uma vereação muito polémica, a do Planeamento Territorial e Urbanização, no dia 5 de Fevereiro foi-nos apresentado, Rolando Meque Mudiwe, como titular da pasta e num comício público, o super-homem, disse ao povo que caso aparecesse alguém diferente de Rolando Meque a tratar de assuntos ligados a gestão da terra, devia se manyar a pessoa (manyar significa apertar, apertar de grampear para a vitima sentir dor), e foi o que aconteceu tempos depois com secretário do bairro de Matlemele, foi grampeado escapou ao linchamento por pouco, seu antigo colega agora seu chefe, Milagre Manhique (antigo secretário de Infulene, agora chefe do Posto Administrativo da Machava ) veio e tratou de levar o homem a cadeia, como se de um criminoso se tratasse, era o início de tudo. Ao dizer, Mu Manyete (numa tradução livre significa, apertem-no), o super-homem instava indirectamente violência, agressão e semeava medo e terror nos seus colaboradores. Rolando Meque fez o que seu chefe o mandou, uma vez que não tinha competências nada podia fazer a não ser preparar expediente para o super-homem assinar, despachar como lhe fosse conveniente. Rolando Meque, não teve espaço para mostrar trabalho porque não tinha competências, ficou abandonado, quadros fugiram e outros foram movimentados, numa clara demonstração de poder e prepotência. O super-homem foi apertado, principalmente pelos camaradas, que estavam frustrado e com razão, com o facto da cidade ter parado de desenvolver, ele disse ter sido mal interpretado e entendido, e abateu Rolando Meque.

Em suma: os vereadores de nhancale, não tem pasta nem competências eles são uma espécie de secretários, cuja missão é preparar o expediente para o seu chefe. Eles nunca podem dar respostas acabadas sobre seus sectores porque na verdade o edil, o super-homem, é vereador em absoluto. Ele conseguiu em cento cinquenta dias, deter controle implícito da Matola, puxando para si as vereações aqui arroladas, tomando decisões e manipulando o sistema. A ambição de poder absoluto, estendeu-se até ao partido, era ideia do super-homem, que o Primeiro Secretário da Frelimo na Cidade da Matola fosse homem das suas vontades, e um vereador até foi colocado na corrida, mas foi vaiado pelos membros da Frelimo, que se sentem agora traídos pelo edil.

Nhancale e seus vereadores usufruem de um salário ilegal, que não foi aprovado pela Assembleia Municipal, isto é, o super-homem, apesar de “conhecer” os meandros da legislação autárquica, passou por cima da lei, aumentou em 60% seu salário e dos seus sequazes. Se a ideia era arrumar a casa porque correram para acertar os problemas dos vossos estômagos, aumentado salários, sob argumento de que quadros superiores devem ter subsídio técnico, como se os vossos diplomas e certificados fossem prova da vossa competência. Agora terão que devolver o dinheiro aos cofres do município, porque tiraram-no ilegalmente.

Dizia Anatole France ( Pseudónimo do escritor francês Jacques Anatole François Thibault, que viveu entre 1844-1924), que a escuridão envolve-nos a todos, mas, enquanto o sábio tropeça numa parede, o ignorante permanece tranquilo no meio da sala. E porque o povo tropeça na escuridão que vocês criaram, reina alegria e satisfação da vossa parte. Tem razão o camarada que disse, e passo a citar: nós ali falhamos. O povo sabe e jamais esquecerá.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Tolices da edilidade na Matola

Exilado algures onde sou privado das mais elementares condições para uma condigna vida de um cidadão, vou desabafando com meus vizinhos e amigos, a cada de dia que passa descontentes e revoltados. Uma pessoa mantém se viva na mente destas pessoas, Carlos Tembe, não que elas sejam saudosistas ou coisa assim, mas sentem que a Matola foi entregue à sua sorte. Reclamam, falam, gritam, mas ninguém leva a peito o que dizem, são ignorados. As pessoas dizem e são unânimes, que as primárias é que definiram mal o destino desta cidade, se ao menos tivessem tido oportunidade para falar e escolher nas primárias, o destino seria outro, talvez pior mas neste momento existe optimismo, nada seria pior que o que se vive. Por uma questão de disciplina partidária, não traíram as suas cores, mas sem se aperceber, entregaram ouro ao bandido. Isto é resultado de uma conspiração secular, que baseada no fundamento de que na guerra nenhuma arma é proibida, os abutres açambarcaram a cidade, tiraram-na do coração ao bolso.

Vários grupos de mercenários bastante perigosos, estiveram envolvidos na disputa pelo bolo, mas por uma questão de lógica, a Matola caiu nas mãos de um dos grupos de meliantes a solta, disfarçados de compatriotas e homens da mesma causa que a nossa, não nos enganem. Sobre conspiração reservarei um momento, enquanto não for abocanhado por eles. Adenda : ao leres este artigo, ó abutre, diga a si se estou a mentir, não me telefona porque sabes do que estou a falar. Quando nos encontrarmos não disfarça, não acena a mão, seu cinismo nunca me colonizou.

Directo ao assunto: É triste mas tenho que reconhecer que as coisas não andam bem na nossa cidade, e não me agrada como munícipe ver o barco a deriva. Estamos numa nova era, novo elenco e nova filosofia, e não acredito que a dissonância que vivemos tenha haver com este facto, porque se soubéssemos estar como os outros, ninguém notaria nossos problemas domésticos, mas o cenário é simplesmente lamentável.

Porquê agora a mudança de prioridades, se prometeram continuar com o trabalho que vinha sendo desenvolvido, porquê é que agora o discurso já não é o mesmo, nós não temos nada haver com as vossas assombrações, vejam e sigam exemplos como da cidade capital Maputo, que na base da continuidade vai assegurando aos munícipes que nada está perdido e que a coesão continua, mas vocês ainda querem inventar a roda em pleno século XXI quando os gregos já o fizeram a muito.

Não reprovo o vosso trabalho mas se hoje saírem a rua perguntarem a um munícipe o que acha da Matola hoje, certamente a resposta poderia vos levar a reconsiderar as vossas posições, caso sejam humildes. Não estou contra ninguém, apenas não quero ser cobarde, é pela amizade que estabeleço este meio de diálogo. Se ontem a Matola era unida do topo a base e vice versa, hoje já não se pode dizer a mesma coisa, não são invenções, conversem com o povo, por quem dizem se preocupar e que estão a servir.

A Av. Josina Machel, a estrada que parte da zona da Coca Cola até Socimol está um caos, ninguém diz nada, aliás parece que o silêncio é o vosso discurso, o mesmo silêncio acontece nos resultados, vão recebendo cartolinas amarelas, mais dias menos dias, os impedimentos legais, tanto esperados pelos funcionários desapontados e frustrados e muitos munícipes, poderão ditar novas regras de jogo. Um grupo de pessoas não identificadas esteve a fazer emendas na estrada, a esperaça era de melhorias, mas criaram crateras que pioraram o estado da via. O pacato cidadão é obrigado a sacrificar sua viatura todos dias, os transportadores semi – colectivos de passageiros desertam porque não tem dinheiro para mandar os carros a manutenção quase que diariamente.

Estou a falar desta estrada mas podia falar da estrada velha, sem deixar de lado o facto de proliferarem as bermas das estradas com barracas ( vocês é que atribuem licenças), lixo e as demais aberrações. A Força Municipal está frustrada com a forma como está a ser gerida, como está a usada e abusada, guarnecendo locais e pessoas que fazem parte do menu dos vossos caprichos. Adenda: por favor, deixa os homens em paz, não foram eles que me disseram. Os funcionários são improdutivos, estão a disertar porque muitos estão a ser caçados como gazelas, temem ser abocanhados e asteados na praça como delapidadores e vendedores de terra. Chegar-se ao extremo de criar descontentamento até no empresariado, é o cúmulo. Enfim é o preço da conspiração, da chegada forçada ao poder.

Os conflitos inter pessoais já estão a ultrapassar as medidas e os matolenses estão a ser vitimas disso, resultado, planos e estratégias falhadas porque os dirigentes e funcionários do município não comungam mesmos ideais. Se estou a mentir podem provar, a minha tese sustenta-se nos desabafos feitos nos bastidores. Adenda: não direi os nomes até que mandes embora a todos e fiques sozinho, a desempenhar todas tarefas e funções.

Os Matolenses estão a cobrar trabalho, porque sentem que a cidade parou, sob argumento de arrumação da casa, mas parece que o que está a acontecer é outra coisa diferente da arrumação. Não tapemos o sol com a peneira, os funcionários da autarquia estão descontentes, frustrados e inseguros, pois sentem que há uma gestão de policiamento, o que não ajuda os recursos humanos. Mudanças de uma máquina governativa meus caros, é algo muito complexo que não pode ser feito a velocidade da luz, sob risco de se perder o norte como é o caso. Ainda vão a tempo de ganhar confiança, é só buscar lições de humildade.

Não nos levem a subscrever o pensamento de Edmund Burke segundo o qual quanto maior o poder, maior o perigo de abuso. Meus caros o maior património de uma nação é o espírito de luta de seu povo e a maior ameaça para uma nação é a desagregação desse espírito, vejam para onde leva a coesão social na Matola.

Adenda: não sou frustrado, reconquistei a minha liberdade, leite derramado não se recupera, mas os matolenses saberão a génese deste inferno que vivem hoje.