quinta-feira, 27 de setembro de 2007

De nada nunca vem nada, assim reza o velho ditado

Os episódios que vivemos nos dias que correm parecem mais de um filme de terror ou uma ficção que só um bom escritor pode escrever. O que em tempos era realidade dos sonhos dos paranóicos, hoje em dia é a base da vida de indivíduos que não sei se são frustrados, ou descontentes ou ainda obras de mão enquadramento na vida de uma sociedade.

No meio disto tudo pergunto se estamos no estado Natural de Thomas Hobbes, este filósofo moderno que afirmava que no estado Natural cada um procura senão a morte, ao menos a sujeição do outro, é um estado extremamente infeliz. As expressões pelas quais Hobbes o descreve são célebres: o homem é o lobo do homem; e é a guerra de todos contra todos.

Mais adiante Hobbes chama atenção para que não pensemos que os homens mais robustos desfrutem tranquilamente as vitórias que sua força lhe assegura. Aquele que possui grande força muscular não está ao abrigo da astúcia do mais fraco. Este último sempre é o suficientemente forte para vencer o mais forte. Pois, em definitivo, ninguém está protegido; o estado natural é, para todos, um estado de insegurança e de angústia. E nós onde e como vivemos?

E no nosso dia a dia o cenário que vivemos leva-me a crer que estamos no estado natural de Thomas Hobbes, aqui vive o peixe de boca maior os peixinhos, esses serão abocanhados. No País dos heróis esta posição é assumida por criminosos que semeiam medo e terror em todo quanto é lado, em certos casos chegam a ser mais fortes que a própria policia.

Hobbes afirma que os homens, devem se encarregar de estabelecer a paz e a segurança. Só haverá paz concretizável se cada um renunciar ao direito absoluto que tem sobre todas as coisas.

O triste cenário que caracteriza a nossa vida com factos inexplicáveis investigações sempre em curso e os resultados nunca nos são revelados, tudo se resume em: estamos a trabalhar no caso não podemos dar detalhes para não deturpar a pesquisa, de facto não é intenção nossa deturpar as investigações mas estamos cansados de esperar.

Finalmente, de nada nunca vem nada, quem foi morto é porque houve motivos que desconheço, que está a ser injustiçado não é por acaso é a história da alegria de um que é tristeza do outro e que infelizmente guia nossas mentes.

De nada nunca vem nada por isso respostas como, desconhecemos os motivos da morte, afluência de marginais, criminosos está pouco esclarecida numa sociedade que já usa a razão para guiar a sua vida.

Sei que é utopia o estado perfeito exaltado por Platão na sua obra a República, e não quero aqui cobrar.

Mas será que estamos a formara homens para o amanhã com as intensivas formações de atiradores, muitos deles que depois do SMO chutam o desemprego e a qualquer momento poder sentir saudade da arma e ao pegá-la irá acontecer o que está acontecer.

Será que estamos a garantir emprego e salário justo aos recém graduados? Esta é uma cadeia de perguntas que suas respostas podem surtir outras mais complexas que terão respostas absurdas.
Mais não disse

O adeus antecipado ao amante da cultura

Pouco acreditava eu que podia um dia conhecer um político que ama a cultura, talvez tenha sido má percepção ou interpretação minha do ser político, ou tenha sido um hábito que fui ganhando ao longo do pouco tempo de vida que tenho, pois não me lembro de ter conhecido outro que fosse edil e embaixador por assim dizer da cultura.

Ressuscitou o antigo cinema 700, que hoje é Auditório Municipal da Matola; homenageou Gito Baloi; Fanny Fumo; juntou homens de guitarra, dos melhores do continente africano e de outros continentes que minha avó não conhece nem pelos nomes, todos cantaram e encantaram; lançou o seu segundo livro intitulado Relações Afro Árabes: Convergência e Divergência, com o selo das colecções Mbokodo, comeu-se, bebeu-se mas o livro só chegaria a Maputo no dia seguinte pois foi impresso num país vizinho e não chegou no dia do lançamento, foi lançado e quem saiu de lá com livro foi uma e única pessoa que teve a sorte de ser oferecido pelo intelectual Carlos Filipe Tembe.

Lembro-me dos tempos do João País, a quem o edil da Matola, Carlos Tembe apresentou como gestor do Auditório Municipal, naquele dia em que o velho Cinema 700 apresentava outro rosto novo rosto, descreveu o percurso histórico daquele homem que já teve sucesso na gestão de espaços como o Auditório Municipal. Todos nós batemos palmas, políticos, empresários, a sociedade civil, familiares e amigos de todos, as palmas foram mais atiçadas quando Tembe apresentou o jovem Pinto dos Moz pipa como assistente do João Pais, víamos nos dois, João Pais e Pinto os embaixadores da cultura na Matola, salvadores da arca cultural da Matola.

Naquele dia a iluminação e o som denunciaram algumas fragilidades mas fomos obrigados a dar força ao Tembe, uma vez mais batemos palmas, passou estávamos todos alegres, o intelectual Tembe dizia os valores gastos na reabilitação do sítio, apresentava a sua Utopia jurou de pés juntos que não ia terminar seu mandato sem tornar o Auditório Municipal da Matola num verdadeiro Centro Cultural, espero que sim, falou de tudo o que lhe ia na alma e que gostava de ver e fazer, fervendo de emoções e dominado pela utopia.

Os gestores apresentados em Agosto a membros dos governos central e provincial, corpo diplomático, religiosos, intelectuais, sociedade civil quase que apanharam enfarte, foram em algumas vezes obrigados a tirar dinheiro dos seus míseros salários para pagar músicos que iam ali actuar, sintiam-se desamparados, e logo concordaram com o ditado que diz: De nada nunca vem nada, insistiram persistiram mas foram sabotados e deu no que deu João Pais alegando motivos de saúde foi embora, Pinto assegurou as pontas mas as crises foram mais fortes que sua audácia e ousadia, saiu a uma velocidade de 1000km por segundo de frustração, o Auditório Municipal foi abandonado.

Bom aquilo teria sido evitado, se Tembe e seus colaboradores tivessem dado apoio moral e acima de tudo material ao João Pais e Pinto, alguns vereadores faltaram a inauguração do sitio e delegaram seus familiares, muitos só foram no dia do lançamento do livro do edil em Agosto, mas sei que todas sextas estão na diversão e o Auditório Municipal nunca foi e duvido que algum dia será escolha, deles para lazer, isto serviria de estímulo para os trabalhadores e para os munícipes. O contacto com as massas, que acredito ser um dos pressupostos da governação aberta, seria mais valia para a vossa tarefa que agora se nos apresenta pouco clara.

Mas o pior aconteceu, eles foram-se embora, apresentaram cartas de pedido de demissão, abandonaram o que na presença de centenas de pessoas juraram que iriam assumir e fazer, bom a nós resta desejar boa sorte.

Tempos depois uma nova direcção viria a tomar posse, e está a tomar conta do sítio, mas as dificuldade prevalecem, ninguém assiste os espectáculos que são ali organizados, aquando do festival de jazz, em homenagem ao Gito Baloi, que contou com envolvimento total e completo de Tembe, as entradas até esgotavam, agora está tudo um caus, lembro uma vez que convidaram Dilon Dji Dji, António Marcos e Xidiminguane com todas expectativas de audiências, só foram para lá sete pessoas, agora o primo e a filha do perecido casal Carlos e Zaida Chongo, transpiraram para transmitir calor aos matolenses, mas meia dúzia de amigos esteve lá.

Adeus Tembe, mas educa aos seu colaboradores tal como te educaram, o apoio a Matola deve ser em acções concretas, trabalho no campo, devem ter o espírito de convívio com o povo que te elegeu, assim, te deu poder de escolher os putos que te assistem, vimos na última edição do Carnaval, sua excelência estava com vereador jurista, aquele santinho de homem.

Finalmente, adeus antecipado ao amante da cultura, sentiremos saudades do seu tempo com muitas acções concretas e com muitas promessas que terminaram nas palavras, agilizem o processo de aprovações ou reprovação dos projectos, apoiem os jovem sem contra partidas obscuras. Porque é que a cultura está no seu gabinete e já não temos uma vereação responsável pela área, é mesmo por amor á arte, á dança, ao som da guitarra, ao Mano Dibango.

Só um segredinho, dizem que alguém está por detrás do fracasso do Auditório Municipal, para depois se levar o espaço ao leilão para uma gestão privada e logo, este alguém que por sinal é um político muito poderoso e influente, vai levar para si e para os seus, aí sim teremos o Centro Cultural da Matola, não como bem comum mas como propriedade privada.
Mais não disse até para semana, com um fraterno abraço de Lázaro Bamo.

O adeus antecipado ao Carlos Tembe

Sei que em 2008 o edil da Matola Carlos Filipe Tembe, vai terminar o seu mandato, garanto que muita gente da qual faço parte, vai sentir saudades, não que seja ou sejamos saudosistas, é que a nossa Jovem Matola é hoje concebida de corpo e alma por aquele que apareceu com o Projecto Matola no Coração, aquele que deu a faca e o queijo á juventude, a seiva da Nação, que hoje com orgulho serve a Matola.

Mas muita coisa não vai bem, Tembe, os seus colaboradores usam e abusam da sua simpatia, e chamo desde já atenção para que não seja vítima do tempo psicológico, que não rogues para 2008 chegar logo logo e poderes abandonar o que carregas no coração.

Espero que antes de nos abandonar ressuscite o gabinete de comunicação e imagem de forma a nos dar a conhecer o que, sua excelência e seus colaboradores tem vindo a fazer, pois virou moda não ser informado sobre o estado da Matola, se tal acontece ninguém nos informa, não é vossa obrigação mas devem aprender a prestar contas a sociedade.

Um dos seus colaboradores teria me dito que sua excelência está a fazer de propósito matar o gabinete de comunicação e imagem, para ganhos pouco claros, será? Bom não sei se é verdade ou não, mas vou vivendo mergulhado nesta opinião enquanto não me provarem o contrário.

A informação em fuga que fez algumas pessoas perdem emprego, continua a jorrar, mas agora de pessoas mal intencionadas, amigos de onça que dizem de pés juntos: para continuar a andar num bom carro e com bom salário é só estar sempre de acordo com a opinião do chefe mesmo que ele esteja errado, bom parece mentira mas é o que vivemos na Matola.

Sei excelência, que os técnicos envolvidos no parcelamento são dos mais ricos, com casas, carros e muitos outros bens que adquiriram em tempo recorde quando seus salários não justificam. Não me perguntem quem são e como sei disso, porque só não os conhece ou não sabe quem nunca se envolveu na batalha de busca de um espaço para viver.

Excelência, estou aqui não a queixar mas a dizer o que me vai pela alma e pelo pensamento, andam a monte ambiciosos, que estão a espera de uma altura certa para de dar um ponta pé e ficarem no seu lugar para tomar decisões.

Vale apenas Carlos Tembe, não dar muita confiança a alguns desses putos que pouco se identificam com os propósitos da maioria dos matolenses, esses não carregam a Matola no coração, esses carregam a ganância no pensamento e na alma , eles já estão aí excelência na mira, qualquer deslize já sabe, aliás melhor que eu qual é a estratégia dos políticos.



Finalmente apresento as minhas despedidas ao Carlos Tembe, sei que em 2008 vai embora e vai deixar saudades e poderão ter-te como cúmplice de várias irregularidades, que se a justiça for feita, alguns dirigentes e ou funcionários na Matola, poderão parar nas barras do Tribunal.

Sei que já mandou alguns embora, movimentou outros, mas há os intocáveis, pedras duras, embondeiros aqueles que acham que esculpiram a Matola, estes são ossos duros de roer, e clamo pela intervenção mas séria do governo central e não só, para estancar estas irregularidades que desgastam a nossa Matola.

Comecem por questionar as vedações existentes bairro de Mussumbuluko por exemplo, só para citar um exemplo, vi com meus próprios olhos espaços vedados por murros sem placa sem nada a dizer o que está ali a acontecer, perguntei a algumas pessoas que vivem perto de alguns destes terrenos se sabiam de algo sobre as obras, ninguém respondeu.

São quintais enormes de quem não sei, afinal porque é que formaram os secretários dos bairros? Não era para poderem fiscalizar as obras nos seus respectivos bairros? Ou era para serem cúmplices? Adeus Carlos Tembe, mas repare antes estes erros, veja o seu manifesto e diga o que já fez, já fez muito mas muito também ficou por fazer.

A água não chega em Dlavela, Malhampwene, Mussumbuluco e tantos outros bairros, colocaram postes para iluminarem as ruas do bairro das Zonas Verdes mas anda-se as escuras. As vias de acesso a alguns bairros ainda são um caus, sinto pena dos que vivem no Primeiro de Maio e Khongolote que arriscam suas vidas em carros que não tem mínimas condições para fazem transporte público.

Excelência não vá antes de disciplinar alguns dos seus colaboradores muitos deles acusados várias vezes no envolvimento em actos não aceitáveis na nossa sociedade, posso dar o exemplo do secretário do bairro das zonas verdes acusado de assediar sexualmente mulheres, da secretária do bairro Acordos de Lusaka acusada de estar envolvida na venda de terrenos, só para citar alguns exemplos.

Estou a falar do que veio a ribalta, mas muita coisa está nos bastidores e sua excelência sabe disso, mas antes de lhe cansar, digo adeus Carlos Tembe fica um abraço fraterno de Lázaro Bamo.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Erros que podiam ter sido evitados


Não sei porquê, mas a quem ainda acredita que os caminhos distorcidos podem nos levar a terra prometida, mas vale recordar que, quem semeia vento colhe tempestade, assim reza um velho ditado popular. Colheram tempestade as Direcções Provinciais de Saúde e Educação e Cultura da Província de Maputo.

Erra preciso errar para descobrir a necessidade de informação e comunicação entre vários sectores e níveis sociais. Administração de medicamentos é algo sensível, pior ainda quando se trata de crianças.

Fiquei triste, com a atitude das estruturas que depois de introduzirem a desparasitação decidiram parar com a actividade e reflectir, depois de tantos menores terem passado mal de saúde. Foi preciso haver um tumulto para se interromper o erro grave, um verdadeiro atentado à saúde das crianças.

Sim a ideia è boa, aliás já dizia a directora Provincial da Educação e Cultura de Maputo, Raquel Raimundo numa entrevista ontem a RDP-África, que temos que formar um homem forte e capaz de ajudar a combater a pobreza, um homem forte e saudável, isso na verdade é urgente.

Mas há situações em que ao invés do homem forte, deformamos o que já temos, era o que estava a acontecer. Queria saber porque não houve sensibilização antes? Onde está o envolvimento da comunidade na gestão escolar de que tanto se fala? A sensibilização que se pretende levar a cabo è para o sucesso do trabalho ou para baixar a poeira? Uma cadeia de inquietações tenho aqui comigo, e gostaria que me respondessem ainda que seja não vossa mais humilde consciência, pelo menos as questões aqui expostas.

Agora param para reflectir, o que deviam ter feito antes, minha professora de Matemática que a anos não dou na escola, dizia sempre que nós devíamos ouvir pensar analisar e falar, não ouvir e falar. De certeza, nesta onda de importação de modelos de vida alguém disse para que as estruturas implementassem a iniciativa nas escolas, o que considero positivo, mas as nossas estruturas não tiveram o cuidado de pensar como devia isto ser feito. Porquê não sei, talvez tenha sido a urgência de formar homem saudável.

Queria que reflectissem antes de tudo que pensam em fazer, muitos irmãos meus não tem nada que comer ao sair de casa para escola, e a medicação pode matar o homem que queremos que se torne forte, para salvar a pátria da pobreza.

Não estarei no conclave do erro mas peço para abalizarem a desparasitação tendo em conta as várias condições sociais de muitos irmãos meus que a estas alturas, esperam as decisões vossas para dar segmento à vida.

Lembrem-se do Bispo de Hipona, Santo Agostinho, que diziam a respeito da consciência que a confissão das más acções é o primeiro passo para a prática de boas acções. Por isso tenho esperança que da próxima saberão como lhe dar com estes aspectos.